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A Varig deve retomar hoje seus vôos para Caracas (Venezuela) e Buenos Aires (Argentina). Eles foram suspensos na quinta-feira, logo após a venda da companhia para sua ex-subsidiária de transportes de cargas, a VarigLog. A nova dona havia anunciado a suspensão de todas as rotas nacionais e internacionais da empresa, com exceção da ponte Rio–São Paulo, mas teve de voltar atrás. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a retomada das operações, sob o risco de a Varig perder definitivamente as rotas suspensas para concorrentes.

Ontem foram retomados vôos para Nova Iorque, Miami (em dias alternados) e Londres, no mercado internacional, e para Recife, Fernando de Noronha, Fortaleza e Manaus (em dias alternados) no âmbito doméstico. As demais rotas continuam suspensas até a próxima sexta-feira. A intenção da quase paralisação seria um levantamento do estado dos aviões – são necessárias apenas quatro unidades para atender 36 vôos da ponte aérea, segundo especialistas – e a identificação das rotas mais rentáveis.

Mesmo com o restabelecimento de alguns trechos, a situação frustra passageiros e analistas que esperavam um processo de recuperação da Varig sem a paralisação completa das atividades. O consultor em aeronáutica Paulo Bittencourt Sampaio é um deles. "Não se sabe se a empresa parou porque os aviões estavam voando precariamente ou por outra razão. Mas, como concessionária pública, ela tem obrigação de comunicar suas rotas", diz. "Só saberemos se os US$ 150 milhões que serão injetados na nova Varig pela compradora VarigLog são suficientes para ela voltar a ser rentável depois que a empresa informar o tamanho da frota a ser mantida, as rotas que vai operar e o prazo para isso", diz.

O número de funcionários é outra adequação necessária após a definição de trajetos. "Havia exageros", lembra Sampaio. Dos 10 mil funcionários da antiga Varig, a expectativa é que 1,68 mil sejam contratados para trabalhar na nova empresa. No início desta semana, é esperada uma lista com o nome das cerca de 8 mil pessoas, que serão demitidas. Além disso, outros 3.340 cortes poderão ser realizados em empresas que prestam serviços para a companhia aérea, elevando o número de dispensas em torno das atividades da Varig para 11.340. O cálculo é do Sindicato Nacional dos Aeroviários.

A recuperação da companhia passará ainda pela retomada da boa imagem nutrida durante os anos em que liderou o mercado. "Mesmo porque, dentre as formas mais rápidas e fáceis de captar recursos – essenciais para que ela se erga novamente – estão a emissão de debêntures e a venda de mais ações. Por isso, a Varig vai precisar melhorar a sua imagem e conquistar mais uma vez a confiança de investidores e instituições financeiras", diz Ângelo Larozi, da corretora Souza Barros.

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