• Carregando...
Kazuo Hirai, presidente da Sony, apresenta o novo game portátil da marca: nova geração de aparelhos aposta na conectividade | Toru Yamanaka/Reuters
Kazuo Hirai, presidente da Sony, apresenta o novo game portátil da marca: nova geração de aparelhos aposta na conectividade| Foto: Toru Yamanaka/Reuters

Celulares

Do outro lado, maçãs e andróides

A estratégia de lançamentos da Sony e da Nintendo ocorre em um momento em que smartphones e tablets surgem como uma plataforma cada vez mais usada pelos usuários de jogos eletrônicos. iPhone e iPad (da Apple) são excelentes para jogos, e o número de games que funcionam sob o sistema operacional Android (do Google) cresce a cada dia. Nas respectivas lojas de aplicativos, comprar um game é operação fácil e rápida. Com isso, jogos de alta qualidade podem ser instalados e jogados em questão de minutos.

Essa categoria de jogos tem sua própria galeria de campeões. Como Angry Birds, jogo em que o usuário controla pássaros que são atirados com um estilingue sobre porcos verdes – um sucesso que havia sido baixado 50 milhões de vezes até dezembro, quando completou um ano de lançamento.

A Sony decidiu combater esse adversário em seu próprio terreno. Na mesma ocasião em que lançou o NGP, a empresa apresentou o PlayStation Suite, um aplicativo para o mercado Android que permitirá rodar jogos de versões mais antigas do PlayStation. O programa estará disponível no fim do ano.

Já a Nintendo aposta na novidade dos jogos 3D. Para o analista Michael Pachter, da Wedbush Securities, a estratégia tem tudo para dar certo. "As pessoas vão ficar entusiasmadas. Isso vai fazer pais filhos esquecerem os celulares", arrisca.

  • Tela do NGP, que chega ao mercado no fim do ano: controles no painel traseiro
  • Showroom da Nintendo, em Tóquio: marca continua líder entre as plataformas de mão

Separados por uma semana, dois dos protagonistas do mercado global de consoles para games apresentaram suas no­­vas apostas no campo do entretenimento portátil. A Nintendo veio antes, com o 3DS, que tem como grande novidade a exibição de conteúdo 3D sem a necessidade de óculos especiais. A Sony retrucou na quinta, com o Next Generation Por­­ta­­ble (NGP), evolução do PSP. Ne­­nhum dos dois estará disponível nas lojas imediatamente: o 3DS desembarca no Japão no fim de fevereiro, e um mês de­­pois chega à Europa e Estados Unidos; o NGP vai ficar só para o fim do ano. Mesmo assim, já dá para dizer que uma nova era de competição está começando. Nela, a plataforma portátil é a estrela.

Os números das duas empresas são impressionantes. A Sony vendeu quase 65 milhões de con­­soles PSP entre janeiro e se­­tembro de 2010. Embora relativamente bem sucedido, o equi­­pamento foi ofuscado pela po­­pularidade do DS, da Nintendo, que vendeu pelo menos o dobro no mesmo período. Ao mesmo tempo, ambas as empresas passaram a enfrentar um concorrente inesperado: smartphones e tablets baseados em iOS (da Apple) ou Android, que dispõem de uma grande variedade de jogos e têm conquistado um número crescente de adeptos. A Sony abriu uma janela para atuar nesse segmento, com o Play­­Station Suite (mais informações ao lado).

Todos conectados

Os novos consoles precisam ter conectividade com a internet tanto para navegação quanto para baixar games da rede do fabricante. E precisam ter telas maiores e com mais definição. Isso tudo ambos os lançamentos têm.

O NGP traz conexão 3G e wi-fi (o 3DS não tem conectividade 3G), é equipado com tela oled de cinco polegadas sensível ao toque, receptor GPS, sensor de movimento e painel traseiro para controlar certas ações, bem como botões de navegação e joystick. Segundo a Sony, os softwares ficarão disponíveis em um pequeno cartão de me­­mória flash. O equipamento também incorporará câmeras frontais e traseiras e controles giroscópicos.

A Sony explicou que o equipamento estará disponível no fim de 2011 e chegará ao mercado antes da temporada de compras de fim de ano, mas não di­­vul­­gou o preço. Lançado em 2009, o PSP Go, também da So­­ny, já permite baixar programas através de conexão sem fio, permitindo aos jogadores navegar na internet, assistir a filmes, ou­­vir música e ler livros e revistas em quadrinhos.

A Nintendo aproximou o seu portátil da experiência bem su­­cedida que a empresa teve com o Wii, console de mesa que in­­troduziu os sensores de movimento no mundo dos games. Os Mii, avatares personalizáveis que os jogadores podem criar no Wii, também estarão disponíveis no portátil. A Nintendo tam­­bém acrescentou ao console giroscópio, acelerômetro e um microfone.

Outra aposta da empresa é nos filmes e vídeos 3D. Numa das primeiras apresentações sobre o que viria a ser o 3DS, em julho do ano passado, a Nin­­tendo mostrou trailers de filmes como Enrolados e Como treinar seu dragão. Os boatos apontam que a companhia já teria firmado acordos com Disney, Warner Bros. e DreamWorks para distribuir os filmes 3D – animações, basicamente – dessas produtoras no formato do console.

Quem vai vencer?

As armas dos dois são bastante fortes. "O NGP tem novas propriedades fascinantes, tais co­­mo um painel sensível ao toque na parte traseira, o que seria suficiente para diferenciá-lo dos consoles de games concorrentes", disse Hiroshi Sakai, ana­­lista da companhia SMBC Friend Securities. "É fácil tentar comparar o NGP com o 3DS da Nintendo, mas eles já conquistaram dois tipos diferentes de consumidor. A Sony arrebatou os mais exigentes fãs de games ao disponibilizar consoles sofisticados", emendou.

Michael Pachter, analista da Wedbush Securities que acompanha o segmento, acredita no potencial da novidade da Nin­­tendo. "O 3DS é suficientemente novo e cool para reverter a ten­­dência que favorece os smartphones como plataforma de games", opina.

Nem todos, entretanto, se­­guem o mesmo caminho. Evan Wilson, analista da Pacific Crest Securities, diz que o 3DS e o NGP devem ser bastante pressionados para reproduzir o sucesso dos modelos atuais – uma tarefa muito difícil. "Dada a transformação que ocorreu no mercado, é quase impossível para a Nintendo vender tantos 3DS quanto foram os DS. Da mesma forma, é quase impossível para a Sony emplacar o sucessor do PSP com o mesmo sucesso do modelo antigo", observa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]