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Disposição do consumidor aumenta no Natal, mas a tendência é deixar parte do 13º para contas e dívidas do início de 2015 | Antônio More/Gazeta do Povo
Disposição do consumidor aumenta no Natal, mas a tendência é deixar parte do 13º para contas e dívidas do início de 2015| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Shoppings preveem resultados melhores

Com promoções e horários especiais em dezembro, os shopping centers devem alcançar aumento de até 8,5% nas vendas com relação ao mesmo período de 2013, segundo previsão da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). A entidade conta com alta demanda por produtos de informática, telefonia e perfumaria para os presentes de Natal.

Em Curitiba, o ParkShopping Barigui é ainda mais otimista e espera um aumento de 10% nas vendas. Para o período natalino, o estabelecimento investiu mais de R$ 1,7 milhão em suas ações de Natal. Segundo Silvia Pires Omairy, gerente de marketing do shopping, desde a Black Friday o movimento está intenso. "O Natal veio num momento em que os grandes eventos do ano já passaram e as pessoas estão voltando à vida normal. Mesmo em menor ritmo, Papai Noel não tem crise", avalia.

Atrações

Segundo a gerente de marketing do Shopping Total, Daniela Leal, as apostas para atrair o consumidor são um parque infantil e, principalmente, os descontos. "O shopping já está lotado, o resultado vai ser fundamental para um respiro no início do ano", diz. Com previsão mais moderada, o Total espera crescimento de 3%.

Após um ano difícil para a economia nacional, com inflação alta, crédito caro e desaceleração do mercado de trabalho, a previsão da Confederação Nacional de Comércio (CNC) para o Natal é do menor crescimento de vendas do varejo dos últimos dez anos, com aumento de apenas 2,3% em relação ao mesmo período de 2013. O número não surpreende. Durante o ano, todas as datas comemorativas do comércio tiveram desempenho inferior ao do período anterior. Apesar das perspectivas enxutas, a data deve movimentar R$ 31,5 bilhões e os comerciantes depositam na tradição de presentear no Natal as esperanças de recuperar o que foi perdido ao longo do ano.

INFOGRÁFICO: Veja a previsão de vendas para o Natal de 2014

A Intenção de Consumo das Famílias subiu dois pontos no último mês, ficando em 135,3, mas ainda atrás da registrada em novembro de 2013, quando somou 145,1 pontos. Apenas 40,8% dos consumidores dizem estar comprando mais que no ano passado. Segundo o economista Fábio Bentes, da CNC, é um aumento natural devido à sazonalidade. "Em janeiro volta a cair, o consumidor está mais cauteloso porque sabe que se precisar de crédito vai se apertar".

Recuperação

Segundo Nelson Barbalat, lojista da Calvin Klein em Curitiba e consultor do Sindishopping, os lojistas devem apostar no costume de dar presentes no Natal e na demanda reprimida por eventos como Copa do Mundo e eleições. "Se será suficiente para repor o que foi perdido, varia conforme o segmento, mas é preciso se adaptar ao bolso do consumidor, pois a demanda é grande, mas o poder de compra nem tanto", diz. Para o presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Miguel Espolador Neto, é hora de o lojista ser criativo e cativar o cliente com vitrines, atendimento personalizado e bons descontos.

A largada para a temporada de compras foi dada com a Black Friday, no final de novembro, que aliviou os estoques e prolongou os descontos. Segundo Fábio Bentes, estratégias como a cobrança da primeira parcela só no ano que vem também devem ajudar. "Entre sacrificar a venda e o lucro, melhor o lucro. O importante é acertar a mão na hora de encomendar e deixar a menor sobra possível para janeiro", recomenda.

A rede de varejo Multiloja aposta na febre dos smartphones para o Natal, mas prevê um crescimento conservador, entre 3 e 5%, que não deve cobrir os custos do ano. Segundo o diretor da rede, Geraldo Luiz Gonçalves, o movimento está razoável, mas com grande sacrifício das margens de lucro. Como acontece para a maioria dos segmentos do varejo, dezembro é a aposta do lojista para equilibrar a queda em torno de 30% nos em fevereiro e março. "O país não vai parar, nossa esperança é que todos os governantes contribuam para isso e resgatem a confiança do consumidor", diz Gonçalves.

De olho no 13º

Aguardado por consumidores e lojistas, o 13.º salário salva grande parte das compras natalinas e, junto ao costume brasileiro de deixar tudo para a última hora, é responsável pelo movimento na semana que antecede o Natal, já que a segunda parcela é paga em 20 de dezembro. Mas, segundo o economista Fábio Bentes, as famílias estão mais cautelosas devido ao crédito caro e devem priorizar o pagamento de dívidas, optando por dividir o restante entre poupança e compras à vista com desconto. "No longo prazo, a estratégia de pagamento das dívidas é boa também para o comércio, já que a redução da inadimplência ajuda a baixar os juros", avalia.

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