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O volume de vendas do comércio varejista no Paraná cresceu 4,62% no mês de outubro em comparação com o mesmo período do ano passado. O índice está abaixo da média mensal nacional de 6,95%, segundo indicam os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, o estado amarga o terceiro pior resultado do ranking: teve 2,65% de alta nas vendas de janeiro a outubro, enquanto o varejo do país conseguiu, em média, uma aumento de 5,94%.

A influência indireta do agronegócio nos resultados do comércio é o fator que explica os resultados ruins do ano no volume de vendas do varejo no Brasil. O Paraná só perde, em termos de vendas fracas, para Mato Grosso e Rio Grande do Sul, que acumulam, respectivamente, queda de 11,01% e alta tímida de 0,65%. "Os índices do comércio refletem os problemas de seca, febre aftosa e crise aviária vividos pelo agronegócio, o que afeta mais os estados onde a economia está fortemente atrelada ao setor", analisa o coordenador da pesquisa do IBGE, Nilo Lopes de Macedo.

Quando agricultura e pecuária padecem, não há geração de renda que movimente o comércio local. "Já nos estados do Nordeste, que não têm tido secas prolongadas há três anos, o volume de vendas é melhor. O mesmo acontece com o Norte, que tem maior abrangência de programas como o Bolsa Família e teve acréscimo de renda e, conseqüentemente, de vendas do comércio", completa o pesquisador.

Entre os segmentos analisados pelo levantamento do IBGE, o de combustíveis e lubrificantes é o que mais puxa para baixo os resultados do varejo paranaense: caiu 12,76% em outubro e acumulou no ano uma baixa de 16,24% em relação ao mesmo período de 2005. Nacionalmente, a queda foi de 8,88%. "Há três anos, desde que o desempenho da agricultura caiu, nossos resultados também não estão bons. Além de não gerar mais renda, o agronegócio deixa de comprar combustível, porque as máquinas ficam paradas. Na capital isso não aparece, mas no interior existe crise no varejo de combustíveis", diz o presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese. Ele destaca ainda que o mês de outubro é o início da entressafra, que dura até fevereiro, o que faz com que a queda no volume de negócios chegue a 26%.

A balança que determina o índice médio de variação no volume de vendas no Paraná é equilibrada, principalmente, pelos boa fase que o comércio de materiais de informática vive em todo o país. No estado, em outubro, as vendas de equipamentos de informática e comunicação cresceram 35,87% – acima da média nacional do mês, de 24,9%. "O crescimento desta atividade resulta da queda dos preços e da melhoria das condições de renda da economia", avisa o relatório de pesquisa do IBGE. O estado também apresenta bom desempenho no ano na venda de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos.

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