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O comércio foi o setor que apresentou maior proporção de negociações salariais com ganho real em 2010, segundo balanço divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Foram ao todo 96% de acordos concluídos com aumento superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano passado, ante 91% na indústria e 83% nos serviços.

O coordenador da pesquisa, José Silvestre, disse que o setor de comércio teve desempenho superior ao da economia brasileira em 2010. Segundo ele, até novembro, o comércio teve crescimento de 11% na comparação com o ano de 2009, de acordo com pesquisa do próprio Dieese. "A renda e a oferta de crédito estiveram em alta em 2010 e estas variáveis são os termômetros do comércio. O bom desempenho delas no ano passado explica o resultado do setor."

O ano de 2010 se destacou pelo aumento "significativo" no total de negociações terminadas nas faixas mais altas de ganho real. De 700 acordos analisados, 106, ou 15%, tiveram aumento real acima de 3%. Em 2008, essa faixa correspondeu a 4% das negociações, e em 2009, a 5%. Os ganhos acima de 5% também foram maiores em 2010: 4% do total, ante 0,28% em 2008 e 1,4% em 2009. Grande parte das negociações (74%) resultou em aumento real na faixa entre 0,01% e 3%. O porcentual de acordos que não conseguiu repor o INPC de 2010 foi de 4%, enquanto em 2008 foi de 11% e, em 2009, de 9%.

Na análise do triênio 2008-2009-2010, o Dieese aponta que 89% das negociações obtiveram ganho real, 2% apenas igualaram a inflação e 10% chegaram ao fim do período com perdas salariais. O balanço destaca ainda que só 2% do total de acordos conseguiram incorporar aos vencimentos ganhos equivalentes ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos três anos que, acumulado, foi de 12,4% (5,1% em 2008, -0,2% em 2009 e 7 5% em 2010).

Por regiões do País, o Centro-Oeste e o Sul tiveram, respectivamente, 94% e 92% de acordos acima da inflação. Sudeste (87%), Nordeste (87,6%) e Norte (86,4%) vêm logo atrás. Já nas negociações de caráter nacional, 83,3% delas obtiveram ganho real.

O Dieese projeta para 2011 a manutenção do "cenário virtuoso" observado em 2010. "No contexto de crescimento econômico e redução do desemprego, somados à manutenção da inflação em baixos patamares e a não menos importante liberdade para negociação coletiva, as entidades sindicais encontraram um ambiente propício para cobrar melhora na repartição dos ganhos de produtividade das empresas", informou o Dieese.

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