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| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo/Arquivo

As vendas do comércio para o Dia dos Pais caíram 5,2% na comparação com a mesma data no ano passado no Brasil, mostra levantamento da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Em 2015, já havia sido observado um recuo de 0,8% no resultado, na mesma base de comparação.

O Dia dos Pais é a primeira data comemorativa do segundo semestre, e por mais que fique atrás do Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados no volume de vendas, funciona como um termômetro para as próximas datas, como Dias das Crianças e Natal. O resultado foi mais suave do que o esperado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que previa queda de 9,4% nas vendas.

Segundo a instituição responsável pelo levantamento, os resultados mostram que o Dia dos Pais teve um desempenho em linha com as outras datas comemorativas e não trazem boas notícias ao varejo. “As esperanças de que a data fosse indicar algum grau de recuperação (ou de resultados menos ruins) não se confirmou, apesar da melhoria da confiança do consumidor e do empresário”, diz nota da Boa Vista SCPC.

As dificuldades que ainda estão no cenário, como juros elevados, mercado de trabalho deteriorado e inflação alta, continuam impactando negativamente o setor, segundo a nota. “Caso o cenário mais benigno apontado pelas projeções de mercado se consolidem, possivelmente poderemos visualizar nas próximas datas comemorativas uma inflexão de tendência”, diz o texto.

O cálculo leva em consideração o cenário nacional. Para o Dia dos Pais, a Boa Vista SCPC realizou consultas entre os dias 7 a 14 de agosto de 2016, comparando com levantamentos de 2 a 9 de agosto de 2015.

Vendas a prazo para também recuam

As vendas a prazo na semana que antecede a data comemorativa caíram 7,15% este ano na comparação com 2015, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em 2015 a queda na mesma base de comparação havia sido ainda maior, de 11,21%.

Segundo uma pesquisa de intenção de compras feita pelo SPC Brasil, os produtos mais procurados neste período são os itens de vestuário, perfumes e cosméticos, calçados e acessórios.

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, as incertezas com relação ao emprego e os rumos da inflação têm impactado nos compromissos financeiros, como o parcelamento de compras. “Considerando o fraco desempenho das outras datas comemorativas ao longo de 2016, a expectativa dos lojistas já era baixa. A piora das condições econômicas, como o aumento do desemprego, da inadimplência e o crédito mais restrito exercem forte impacto sobre o consumidor, que acaba sendo obrigado a limitar e rever seus gastos para salvar as finanças”, avalia.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a intenção de presentear ainda é alta, mas neste ano houve um redirecionamento para os presentes mais baratos e geralmente pagos à vista, tendo em vista que os consumidores estão mais preocupados em não comprometer o próprio orçamento com compras parceladas.

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