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Fim de ano é época de confraternizar com os colegas da empresa na famosa "festa da firma", uma ótima oportunidade para tomar todas com o pessoal do trabalho, falar algumas verdades para o chefe e dar em cima daquela gatinha do financeiro, afinal, é um raro momento de se aproximar dela em um ambiente informal, certo? Muito pelo contrário. Especialistas em "etiqueta corporativa" aconselham a se comportar ao máximo nesses eventos, já que qualquer deslize pode resultar em problemas no ambiente de trabalho ou até mesmo em uma demissão.

"Outro dia, em uma festa de confraternização, o amigo de um funcionário causou tanta confusão que a direção da empresa resolveu despedi-lo", conta Christiane Moraes, da Enfoque Eventos, que todo ano organiza várias festas do gênero. O convidado tomou mais do que devia e ficou bravo quando pararam de servir bebida. "Prá lá de Marrakesh, ele começou a gritar que queria mais cerveja e que até pagava se fosse o caso. Ele chegou a subir no balcão e se meteu em uma briga. Foi um vexame", conta Christiane.

A bebida, aliás, é o principal causador de "micos" em festas de empresa. "A dica é uma só: não beba. Quem bebe demais perde os limites e começa a falar o que não deve", resume Cristian Ney Gomes, diretor da empresa de Recursos Humanos Globalhunters. A opinião é compartilhada por Gilberto Guimarães, diretor no Brasil da BPI, multinacional francesa especializada em recolocação profissional. "Não beba todas, mesmo se seu chefe beber. Se você quer seguir carreira, não faça essa asneira, até porque pode ser que aquele headhunter que tem uma vaga para você esteja na festa", orienta, bem humorado. Para ele, uma das grandes competências dos profissionais é controlar as emoções, o que obviamente é difícil quando se está com algumas cervejas a mais na cabeça. "O sucesso seguramente vem para pessoas controladas", declara.

Esse controle vale também para segurar os impulsos quando estiver rolando música "caliente" na pista. "Não é o lugar ideal para azaração. Todos os gerentes estão vendo e em algumas empresas existem restrições para relações entre funcionários, principalmente quando eles são da mesma área ou têm uma relação de subordinação", diz Gomes.

Para o consultor Guimarães, a paquera não é recomendável. "Pior é se ela aceita! Isso vai causar uma relação difícil no trabalho depois. E precisa ser na festa de fim de ano?", questiona. Já o consultor em Recursos Humanos João Pedro Caiado acha que a paquera depende da filosofia da empresa. "Algumas vezes vale mais do que o emprego", brinca.

Os três especialistas ao menos concordam em um ponto: a finalidade da festa da empresa é proporcionar descontração e interação entre pessoas que não compartilham a mesma rotina. "Não é para ir e cair na gandaia. É bom ficar um tempo para conhecer pessoas de outros setores, conversar com os diretores da empresa", fala Caiado. Segundo ele, essa é uma ótima oportunidade de mostrar quem você é dentro da empresa.

Já nas conversas, o ideal é evitar temas relacionados ao trabalho com os colegas próximos e principalmente não fazer cobranças do tipo "cadê aquele relatório que era para ontem?". "A arte é não falar, mas sim escutar. Evite o preconceito. O melhor é ficar em assuntos neutros e não conversar sobre temas polêmicos, que podem trazer algum constrangimento", sugere Guimarães.

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