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Raspberry Pi em tamanho real: barato, mas capaz de fazer tudo o que um computador faz | Divulgação
Raspberry Pi em tamanho real: barato, mas capaz de fazer tudo o que um computador faz| Foto: Divulgação

Como é?

O Raspberry Pi é um com­­putador simplificado, pa­­ra ser fácil de programar e ter baixo custo. Saiba mais sobre ele:

Modelos

São duas configurações, ambas com 256 megabytes de RAM e conectividade por internet cabeada (porta Ethernet). O modelo A tem uma porta USB e o B conta com duas.

Sistema operacional

Não está incluído. O Raspberry Pi roda distribuições Linux, mas o boot tem de ser feito por meio de um cartão de memória (não incluído) ou por um HD externo.

Preços

O modelo A custa US$ 25. O B sai por US$ 35. O valor não inclui o frete para o Brasil nem tributos de qualquer espécie.

Fundação terá prêmios para software criado por crianças

A renda obtida com a venda dos equipamentos é revertida para pesquisa e desenvolvimento, mas também vai para diversos projetos educacionais. "Queremos oferecer prêmios para crianças que desenvolvam software para esse computador", diz Upton. "Quando comecei a aprender programação nos anos 80, uma das coisas que me motivaram era poder ganhar algum dinheiro com isso. Não acho que seja errado ‘subornar’ crianças para que aprendam a mexer com computadores. Queremos dar prêmios substanciais, de mil li­­bras. Uma possibilidade é oferecer um prêmio assim toda semana para a criança que fizer o aplicativo mais interessante. O desafio não é ‘tente fazer isso’, mas sim ‘nos impressione’."

Para outra legião, a questão não é dinheiro. Sem querer, o Raspberry Pi está virando símbolo de uma batalha ideológica do software livre e aberto contra a imposição dos sistemas fechados e aplicativos específicos.

Segundo Upton, "logo haverá muito software para o Pi, estamos contando com a comunidade para isso". O entusiasmo de desenvolvedores e hackers está disseminado pela rede. O YouTube já tem dezenas de tutoriais. O site Hack a Day fala de uma pessoa que emulou um Pi em seu sistema porque não aguentou esperar pela chegada do aparelho.

Numa palestra em janeiro, o escritor e ativista Cory Doctorow, advertiu: a próxima batalha na guerra do copyright estará relacionada às máquinas e não ao softwa­­re. Elas virão com especificações bem definidas do que pode ou não ser instalado. O Raspberry Pi já está incorporado ao arsenal da guerrilha do contra-ataque.

  • Upton, da fundação que administra o projeto: sucesso surpreendeu o grupo

Uma equipe ligada ao Labo­­ra­­­­­­tório de Computação da Uni­­versidade de Cambridge está começando as vendas, por meio de uma organização não-governamental, de um computador que está no limite entre o uso educacional e o brinquedo. O Rasp­­berry Pi custa entre US$ 25 e US$ 35, o Pi é extremamen­te rústico: nem gabinete tem. Trata-se de uma placa de cir­­cuito impresso (do tamanho de um cartão de crédito) com entradas HDMI, ethernet, USB, AV e para cartão SD. Tem 256 MB de processamento. Seu sistema operacional é GNU/Linux. O obje­­tivo: ensinar crianças a programar.

Seus criadores acreditam que o mundo atual, de computadores cada vez mais fáceis de usar, representa uma tendência preocupante. "Em 2005, notamos que o número de estudantes que se matricularam em ciências da computação estava baixo", contou à reportagem Eben Upton, principal porta-voz da fundação Raspberry Pi, entidade beneficente que toca o projeto. "Notamos também que as coisas que esses poucos candidatos sabiam fa­­zer deixavam muito a desejar. Antes, era um pressuposto que candidatos soubessem programar em código de máquina, processamento gráfico, muitos já teriam até trabalhado em programação de games."

"O que acontece hoje é que temos metade do núme­ro de candidatos e todos precisam de muito treinamento. São pessoas que não sabem o básico, nunca mexeram em programação na vi­­da. No máximo, montaram uma página de internet", lamenta.

Upton e seus colegas desenvolveram o Raspberry Pi como uma resposta de bai­­xo custo a essa situação. Co­­nectado a um monitor, ele faz tudo que um computador médio faz: navega na in­­ternet, edita textos, roda aplicativos diversos e passa vídeo em HD. Demora, em média, 15 segundos para ligar.

Seu objetivo principal é fazer com que as crianças en­­tendam como funcionam software e hardware. "Nos anos 80, quando eu e meus colegas éramos jovens, tí­­nha­­mos todos esses compu­tadores que podíamos programar. Hoje, as crianças não têm isso. Algumas nem computador têm, apenas um con­so­­le de games", diz Upton.

Para ele, o Raspberry Pi pode ser usado por crianças a partir dos 9 ou 10 anos. "Tal­­vez até antes, no caso de crianças muito inteligentes." Ele acredita que o aprendizado da programação não serve apenas para quem quer seguir carreira no na ciência da computação: "Ela ensina maneiras de pensar, essa engenharia dá à pessoa métodos de pensar o mundo, o que pode ser muito útil se você se tornar, digamos, um banqueiro. Acho que é uma boa base para qualquer profissão que use capacidades analíticas. Mas, na verdade, são habilidades que todos precisamos ter."

O sucesso do Pi surpreendeu Upton. "Não posso falar em números absolutos, mas já passamos das dezenas de milhares de unidades vendidas. Não acreditávamos que íamos ter tanta demanda."

É por esse motivo que o modelo não vem com gabinete. A peça seria cara demais se a encomenda fosse menor do que 10 mil unidades. Com o volume atual, o Raspberry Pi deve vir com caixa num futuro não muito distante.

O projeto inicialmente visava apenas o Reino Unido, mas acabou sendo alvo de interesse no mundo todo. "Dos países do Brics, muito interesse da Rússia e Brasil, menos da Índia e quase nada da China. Dentre os brasileiros, várias ONGs nos procuraram, também muitas pessoas de escolas particulares e até indivíduos mesmo querendo ter um modelo para si." Ele diz que é possível encomendar o Raspberry Pi do Brasil, mas a espera é de cerca de três meses.

Pirate Bay quer dispositivos orbitando a Terra

Agência Estado

Se tudo der certo, o Rasp­ber­­ry Pi será o coração de um dos projetos mais mirabolantes do The Pirate Bay (TPB). O site – perseguido pelos estúdios de cinema e gravadoras por distribuir con­­teúdo protegido por direito autoral – diz que está desenvolvendo veículos aéreos não-tripulados para levar seus servidores à órbita terrestre. Desta maneira, seus organizadores fugiriam das leis terrestres e poderiam operar sem medo de protestos ou confisco de servidores. A não ser, é claro, que algum governo envie um míssil para acabar com a nave pirata.

As chamadas "Low Orbit Server Stations" (LOSS) terão um computador Raspberry Pi e um GPS para se comunicar com a Terra. "Todo mundo sabe o que é o TPB. Agora eles terão que pensar sobre onde o TPB está", disse um porta-voz do site ao Torrent Freak. Seria como uma rádio pirata espacial. Desde que sofreu uma série de processos (seus fundadores devem ser presos em breve), o TPB opera em sigilo. Para evitar confiscos e processos, a localização de seus servidores é desconhecida. Ninguém sabe quem comanda o site. As opiniões se dividem - a ideia atraiu entusiastas e críticos, que afirmam que a empreitada é impossível.

A ideia de um Drone Pi­­rata, porém, não é nova. O co­­le­­tivo Tomorrow’s Thoughts Today criou um veículo aéreo não-tripulado, batizado de "Napster aéreo", que distribui conteúdo pirata por aí via wi-fi.

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