Estudo divulgado nesta terça-feira (8) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que os produtos manufaturados da China estão tomando o lugar dos produtos brasileiros nos Estados Unidos (EUA), na União Europeia (UE) e na Argentina, três dos principais destinos das exportações do Brasil. A entidade levou em consideração o período de 2004 a 2009.
O levantamento indica que a concorrência chinesa tirou da indústria nacional US$ 12,6 bilhões em exportações nos seis anos estudados. O Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp ainda constatou que as exportações chinesas também custaram à indústria nacional US$ 14,4 bilhões em vendas internas.
A pesquisa mostra que as perdas líquidas no mercado externo para os produtos chineses ocorreram em maior intensidade no mercado europeu: US$ 6,2 bilhões. Nos EUA, o Brasil deixou de vender US$ 5 bilhões em manufaturados e, na Argentina, US$ 1,4 bilhão.
A participação da China nas compras feitas pelos países da UE dobrou nos seis anos analisados, atingindo 22%. A fatia brasileira passou de 1% para 1,2%. Nos Estados Unidos, a presença chinesa subiu de 11% para 25%, enquanto a do Brasil teve queda de 1,2% para 1%.
Os resultados mostram que as perdas brasileiras foram bastante diversificadas. Nos EUA, setores de tecnologia como máquinas e aparelhos elétricos e mecânicos perderam, juntos, US$ 1,3 bilhão no período. Empresas de calçados, móveis e têxteis deixaram de faturar US$ 1,4 bilhão. No mercado da União Europeia, as perdas se concentraram em ferro e aço (US$ 1,3 bilhão), máquinas e materiais elétricos (US$ 1,3 bilhão) e aparelhos mecânicos (US$ 1,1 bilhão).
No mercado argentino, as perdas foram menores. A Fiesp destaca o setor de químicos orgânicos (US$ 258 milhões) e máquinas, materiais elétricos e aparelhos mecânicos (US$ 478 milhões). "A variável cambial é uma das mais determinantes para a competitividade do comércio exterior de um país. A combinação entre o câmbio sobrevalorizado no Brasil - cerca de 16% - e do câmbio chinês subvalorizado - cerca de 40% - pode ser apontada como principal responsável pelas perda de mercado internacional do Brasil para a China", conclui o estudo.
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