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Embora as empresas tenham sido criadas com conceitos bem distintos, a disputa pela liderança do mercado brasileiro de aviação civil tem aproximado a líder TAM – aquela do tapete vermelho para receber passageiros – e a vice-líder Gol, primeira a substituir refeições a bordo por barrinhas de cereal. De acordo com os últimos dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em junho elas tinham 49% e 39,31% do mercado, respectivamente.

Quando surgiu, em janeiro de 2001, a Gol inaugurou no Brasil o conceito de companhia "low cost, low fare" (do inglês, baixo custo, baixa tarifa) e acirrou a concorrência do setor – que via, pela primeira depois de 40 anos, a Varig perder a liderança do mercado. A diferença de preço entre a "estreante" e as demais companhias chegava a 60%. Hoje, dificilmente o passageiro encontra uma diferença tão grande. Ao contrário, pode voar mais barato pela TAM ou por companhias menores, como OceanAir e BRA.

O trecho entre Curitiba e São Paulo, por exemplo, custa R$ 229,50 na TAM e R$ 189 na Gol – cerca de 21% de diferença, em simulação para voar em 20 de agosto. Quem estender a pesquisa pela OceanAir encontra a mesma passagem por R$ 99. Mas a opção mais barata é de outra pequena, a BRA: R$ 79 – menos da metade do preço da Gol.

A diferença é semelhante para quem pretende voar entre Brasília e São Paulo. Quem comprou o mesmo trecho ontem no site da Gol pagou R$ 249, ou R$ 299,50 (tarifa light) se optou pela TAM. Quando começou a operar, a companhia low fare divulgava o trecho por R$ 149 – uma redução de 65,4% em relação ao segundo preço mais barato do mercado naquele período.

"A Gol não tem mais as tarifas mais baratas do mercado. Os preços estão bastante equilibrados porque a concorrência é grande", diz o vice-presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens no Paraná (Abav PR), Celso Tesser.

Para o consultor do setor de aviação Paulo Sampaio, a Gol não é mais uma companhia "low fare". "Sem dúvida ela continua operando com baixos custos, mas não mais com tarifas baixas, porque já conquistou uma fatia importante do mercado e se consolidou."

O vice-presidente de marketing e serviço da companhia, Tarcísio Gargioni, diz que a companhia se mantém fiel ao mesmo modelo de negócio com o qual surgiu. "Os preços são dinâmicos, variam conforme a data de compra, da viagem e dos horários de vôos. A Gol se mantém fiel ao seu modelo de baixo custo e baixas tarifas e sua política de promoções se manterá."

Depois de quatro anos voando, em março de 2005 a companhia aérea anunciou uma redução de até 56% nos preços das suas passagens. Na época, a Gol dizia que se tratava de um reposicionamento de tarifas, e não de uma promoção. Com a redução, o preço da passagem entre Curitiba e São Paulo caiu de R$ 238 (preço cheio) para R$ 104. O trecho entre a capital paulista e o Rio de Janeiro foi reduzido para R$ 112. Quem pretende fazer um dos trechos em 20 de agosto vai comprar as passagens por R$ 189 e R$ 199.

Apesar de TAM e Gol terem juntas quase 90% do mercado doméstico, André Castellini, consultor de aviação, acredita que a concorrência no mercado está acirrada e nunca foi tão barato voar. "Fora de horário de pico, é claro. Mas na média, as passagens estão muito baratas."

Para ele, não foi a Gol que mudou seu posicionamento e sim a TAM. "A companhia reduziu custos e baixou tarifas para ficar mais competitiva." Entre outras medidas, Castelini cita o sistema de check-in pela internet, o fim da classe executiva e o investimento em aeronaves maiores. Além disso, lembra que a empresa criou cinco modelos de tarifas conforme o perfil de uso.

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