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Receita aumenta, mas setor de máquinas reclama de importados

Ainda que tenha apresentado alta de 10,9% no faturamento bruto mensal em julho de 2011 ante o mesmo mês do ano passado, a indústria de bens de capital ainda não recuperou o terreno perdido após a deflagração da crise financeira mundial de 2008. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indús­tria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o faturamento ainda está 2,6% menor comparado a três anos atrás. "Apesar do crescimento de dois dígitos, ainda não nos recuperamos de 2008", afirmou o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto.

O dirigente alertou ainda que a expansão da economia nacional está apoiada em importações, o que, para ele, tem como consequência o processo de desindustrialização do país. "Em 2004, de cada cem máquinas comercializadas no Brasil, 40 eram importadas e 60, brasileiras. Hoje é o contrário, e ainda com um agravante: mais da metade dos componentes das máquinas fabricadas no país são importados", disse. Conforme os dados da Abimaq, o déficit na balança comercial do setor já é de US$ 10,2 bilhões em 2011, valor 27,3% superior ao apresentado no mesmo período de 2010.

Agência Estado

Com estoques em alta e o nível de atividade em queda, a confiança da indústria caiu pela oitava vez consecutiva em agosto, de acordo com Sondagem da Indústria de Transformação, da Fundação Getulio Vargas (FGV). No mês passado, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) atingiu o patamar mais baixo desde agosto de 2009. E essa retração foi bastante disseminada, com queda nas expectativas em 12 dos 14 setores pesquisados.

A indústria de bens intermediários, que engloba fabricantes de produtos químicos, de papel e celulose, produtos têxteis e metalurgia, teve a a maior queda de confiança no período, com resultado 4,2% abaixo do mês anterior. "O segmento de bens intermediários é o que mais sofre com o cenário externo adverso, seja pela concorrência de produtos importados, seja pela queda nas exportações. Além disso, há estoques excessivos", disse Aloisio Campelo, coordenador de sondagens conjunturais da FGV.

Segundo ele, os resultados da sondagem sinalizam que o de­­sem­­penho da indústria medido pelo Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE) deve seguir fraco no terceiro trimestre – a perspectiva mais provável, diz, é que a atividade feche o trimestre com variação entre zero e 0,5%. A projeção do economista é que, no acumulado do ano, o índice do IBGE fique entre 1,5% e 2%, abaixo dos 10,5% registrados no ano passado.

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