A confiança dos empresários industriais na economia brasileira caiu em março pelo terceiro mês consecutivo, atingindo o menor nível desde janeiro de 1999, indicou pesquisa divulgada nesta terça-feira (17) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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O chamado Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) diminuiu 2,7 pontos no último mês, chegando aos 37,5 pontos em março, de acordo com o levantamento feito pelo órgão entre diretores de 2.846 companhias.

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A queda da confiança é de 15 pontos na comparação com o mesmo período do ano passado (52,5 pontos) e de 19 pontos frente à média histórica do indicador (56,5 pontos).

Segundo a CNI, que realiza a pesquisa mensalmente, a confiança dos industriais em março foi a menor desde que o indicador começou a ser medido, em janeiro de 2009. Desde abril do ano passado, o índice está abaixo dos 50 pontos, patamar que configura a falta de confiança do empresariado brasileiro.

A pesquisa mostrou que “os empresários estão cada vez mais pessimistas” e que a expectativa negativa para a economia aumentou em todos os segmentos da indústria, afirmou a CNI em comunicado.

Ajuste fiscal em xeque

O economista Marcelo Azevedo, coordenador da pesquisa, atribuiu esse pessimismo aos frágeis resultados da indústria nos últimos meses e à incerteza sobre o impacto que terão as medidas de ajuste anunciadas pelo governo para combater a atual crise.

O ajuste fiscal procura colocar a economia novamente nos trilhos, retomando o crescimento após as últimas projeções indicarem uma contração de 0,7% neste ano. No entanto, há dúvidas se o pacote proposto pelo governo será aprovado pelo Congresso.

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Além da estagnação econômica, as contas públicas registraram um déficit histórico no ano passado, a taxa básica de juros subiu ao seu maior nível em seis anos (12,75%), o dólar registra a maior valorização frente ao real na última década e a inflação nos últimos 12 meses chegou a 7,7%, também o maior nível nos últimos 10 anos.

Para Azevedo, além do pessimismo quanto a atual conjuntura econômica, os empresários industriais têm poucas esperanças de recuperação nos próximos meses.