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Viracopos: leilões são oportunidade para PPPs de empresas menores | Alessandro Shinoda/ Folhapress
Viracopos: leilões são oportunidade para PPPs de empresas menores| Foto: Alessandro Shinoda/ Folhapress

A disputa pela concessão de Viracopos entre o consórcio Novas Rotas, liderado por Odebrecht, e o Aeroportos Brasil — formado pelas empresas Triunfo, Egis e UTC Participações — não é uma batalha isolada do contexto atual de competição no setor da construção civil. Revela um embate crescente entre empreiteiras de grande porte para se manter como líderes e outras emergentes que querem ganhar espaço.

A supremacia das quatro gigantes do setor — Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Odebrecht e Camargo Corrêa — está sob ameaça. Novos modelos de licitação em voga nos governos, como as concessões de serviços e Parcerias Público-Privadas (PPPs), têm sido vencidos principalmente pelas chamadas empresas "médias" ou "emergentes".

Um levantamento feito a partir de dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e da revista especializada O Empreiteiro mostra que a participação das grandes, entre as 30 maiores, caiu de 50% em 2005 para 39% em 2010.

Grande parte do sucesso das médias empresas deve-se à criatividade perante uma concessão ou PPP. Em grandes usinas hidrelétricas, por exemplo, não se licita mais a obra, mas a entrega de energia no futuro. Isso deixa os grupos livres para planejar a execução.

No caso do leilão dos aeroportos, ocorrido em fevereiro, uma pessoa envolvida com os projetos diz que pode ousar mais o consórcio que melhor calcular retornos na exploração do espaço entre o check in e o embarque, de alta rentabilidade. Isso não tem a ver com economia na obra, o que grandes empresas sabem fazer, mas com retorno em serviços.

O presidente do conselho do grupo Galvão, Dario Galvão, conta que o estádio do Castelão, em Fortaleza, é um exemplo de PPP em que novas estratégias reduziram custos e tempo de construção. Houve adaptação no modo de instalação do anel inferior da arquibancada desde a concepção original, o que pode antecipar a data de entrega. Investindo em PPPs, a receita da empresa pulou de R$ 270 milhões em 2005 para R$ 2,4 bilhões em 2010. "Os modelos de concessão e de PPPs criam oportunidades para novos entrantes. Nas PPPs, aplicamos mais a inteligência que a engenharia", diz.

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