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Edison Lobão, ministro das Minas e Energia | Elza Fiuza/Abr
Edison Lobão, ministro das Minas e Energia| Foto: Elza Fiuza/Abr

Risco zero

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que nenhum sistema elétrico trabalha com "risco zero" de desabastecimento. "Não existe zero quando você trata de probabilidade. Ninguém nunca projetou um sistema para ser [risco] zero", disse, ao ser questionado sobre a nota do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que afirmou, pela primeira vez, que existem riscos, mesmo que baixíssimos, de desabastecimento elétrico no país.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que, se o Brasil quiser aumentar a segurança elétrica, terá de investir mais. Esses custos, segundo ele, terão de ser pagos pelo consumidor. "Se tivermos que ter uma sobra de energia elétrica para garantir uma segurança ainda maior do que temos hoje – e a que temos é grande e sólida – teremos de pagar por isso", disse.

"Se 126 mil MW [megawatts] nos bastam hoje, segurança maior seria termos 130 mil MW, 150 mil MW, 200 mil MW. Quanto custaria isso? E a quem? Ao consumidor", afirmou.

Para Lobão, o Brasil possui a quantidade necessária de energia para atender seu consumo. Mas à medida que se deseje investir mais no setor, será preciso "gastar muito mais". "O que fazemos hoje está dentro das melhores práticas internacionais. Ninguém faz melhor que o Brasil. Isso é reconhecido até pela agência internacional de energia. O Brasil é um dos modelos", reforçou.

O discurso do ministro ocorreu durante evento de posse do novo diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Reive Barros.

"Estamos sujeitos a pequenos incidentes como os outros também estão. O que não podemos admitir é o descompasso. A desordem. Isso não temos. Temos o compasso e a ordem", concluiu.

Lobão também disse que qualquer sistema elétrico no mundo está sujeito a dificuldades. "Um avião não é feito para cair, mas ele sazonalmente cai. O que não se pode dizer é que ele todo ano tem que cair. Assim é o sistema elétrico brasileiro", afirmou. "Estou querendo dizer, com isso, que o nosso sistema é firme, forte e é sólido. É robusto, mas diante de circunstâncias excepcionais ele pode sofrer abalos", concluiu.

Para o ministro, o caso do apagão que atingiu cerca de 6 milhões de consumidores nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste está sendo "estigmatizado". O correto, para ele, seria chamar o caso de "interrupção temporária de energia".

Ajuda para dívidas

Diante de um cenário de acúmulo de despesas no setor elétrico, o governo novamente indicou que pode ajudar a reduzir o impacto dessas contas para o consumidor. Sem precisar quando e como o governo pode ajudar, Lobão disse apenas que toda a negociação ainda está em fase de análise. "Estamos estudando o cenário inteiro. Depois desse estudo tomaremos uma decisão, sobretudo do ponto de vista do Tesouro", reforçou.

Esta semana a Aneel informou que deve haver um aumento de 4,6% na tarifa dos consumidores para cumprir com as despesas previstas para o ano de 2014. Além dessa despesa, ainda existe a necessidade de pagamento das termelétricas usadas no ano passado, que ficou em quase R$ 10 bilhões.

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