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Demanda na indústria pode cair, mas preço no mercado regulado vai subir | Divulgação/Vale Press
Demanda na indústria pode cair, mas preço no mercado regulado vai subir| Foto: Divulgação/Vale Press

As distribuidoras que fornecem energia ao mercado regulado, formado por residências, comércio e grande parte da indústria, terão direito a reajustes de 5% a 10% neste ano, segundo especialistas no setor. Para alguns analistas, como Márcio Sant’Anna, sócio-diretor da Ecom Energia, a correção pode ser ainda maior, acima de 20%.

Para Leonardo Caio, coordenador da pós-graduação em Negócios de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Fundação Instituto de Administração (FIA), é pouco provável que os reajustes fiquem abaixo da inflação oficial (IPCA) medida em 12 meses – que, até dezembro, foi de 5,9%.

Uma série de fatores contribuirá para os aumentos. Entre eles, a forte alta da inflação no atacado – o IGP-M, que entra no cálculo das tarifas, subiu cerca de 10% em 2008 –, o reajuste da energia de Itaipu e, principalmente, o pagamento da conta das termelétricas.

As térmicas, cuja energia custa pelo menos o dobro do que a das hidrelétricas, servem como "reserva de segurança". Por isso, elas só operam quando os reservatórios de água estão ou podem ficar perigosamente baixos. Foi o que ocorreu em 2008. Para evitar que os lagos baixassem demais, o governo determinou que as térmicas funcionassem a todo vapor, aumentando o custo da geração. Para a maioria das distribuidoras do mercado regulado, o repasse ao consumidor será feito somente neste ano. No caso da Copel, por exemplo, o aumento será definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no fim de junho.

"A geração de energia por meio de térmicas, de janeiro a setembro do ano passado, causou um custo adicional estimado entre R$ 1,7 bilhão e R$ 2 bilhões ao sistema elétrico. Como ele é rateado entre as distribuidoras, toda a sociedade paga", diz Caio, da FIA.

Também pesará o valor adicional destinado, no fim de 2008, à Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC), que subsidia o diesel e o óleo combustível que movem as termelétricas do Norte do país. Em 2008, os consumidores brasileiros pagaram R$ 3 bilhões em suas contas de luz para esse fim, mas a alta dos combustíveis provocou um déficit de R$ 651 milhões na CCC, que terá de ser coberto em 2009.

Itaipu

Outro fator que vai encarecer a fatura de energia é o reajuste de 8,7% das tarifas de Itaipu. Como a energia da hidrelétrica é cotada em dólar, moeda que disparou no último trimestre, o impacto deverá ser ainda maior. Das 64 distribuidoras do país, 31 compram energia de Itaipu, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Em média, 20% da eletricidade fornecida por elas vem da usina – na Copel, a proporção é menor, 12%.

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