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As transações correntes do país - conta que inclui todas as transações comerciais e financeiras do país com o exterior, tais como balança comercial, remessas de lucros de multinacionais, pagamento de juros de dívidas, gastos com viagens internacionais, etc - fecharam 2006 com saldo positivo de US$ 13,528 bilhões. O resultado, no entanto, ficou ligeiramente abaixo do de 2005 (US$ 13,985 bilhões) e foi a primeira queda desde 2003.

A balança comercial (exportações menos importações) foi a principal responsável pelo resultado, com saldo acumulado positivo de US$ 46,074 bilhões no ano passado. Do lado negativo, as remessas de lucros e dividendos são destaque, com déficit recorde de US$ 16,354 bilhões em 2006, acima da projeção do Banco Central para o ano, de saldo negativo de US$ 15,3 bilhões.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou ainda que as remessas de lucro e dividendos também continuarão fortes, por conta do câmbio valorizado, da maior rentabilidade das empresas de fora que investiram aqui e o próprio estoque maior de investimento estrangeiro direto.

- A expectativa é de mudança de patamar (das remessas), mas serão compensadas pelas receitas de investimentos brasileiros feitos no exterior.Investimento estrangeiro

Outro destaque positivo foram os investimentos estrangeiros diretos no país que acumularam no ano US$ 18,782 bilhões, o maior volume desde 2001. Em 2005, os investimentos estrangeiros diretos no país haviam sido de US$ 15,066 bilhões.

Já os ativos brasileiros no exterior passaram de US$ 8,814 bilhões para US$ 30,362 bilhões no período, ressaltando a compra da canadense Inco pela brasileira Vale do Rio Doce, numa operação que pode chegar a US$ 17 bilhões. No total, em 2006 as empresas nacionais investiram US$ 27,251 bilhões no exterior.

Na conta de pagamento de juros de dívidas, o déficit ficou em US$ 11,267 bilhões, enquanto que as viagens internacionais registraram saldo negativo de US$ 1,448 bilhão, com recorde dos gastos de brasileiros no exterior .

Na avaliação de Lopes, o desempenho das contas externas de 2006 foi "altamente positivo" e já deu indicações de que o movimento positivo deve continuar em 2007. Isso porque o BC projeta balança comercial com saldo de apenas US$ 35 bilhões no período e faz revisões apenas a cada três meses.

Especificamente em dezembro, as transações correntes registraram superávit de US$ 388 milhões, enquanto que o saldo da balança comercial ficou em US$ 5,011 bilhões. Na conta de juros, o déficit ficou em US$ 1,050 bilhão, enquanto que as remessas de lucros e dividendos tiveram saída líquida de US$ 3,081 bilhões.

Já as viagens internacionais tiveram déficit em dezembro de US$ 113 milhões. Os investimentos estrangeiros somaram US$ 2,487 bilhões no mês passado.

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