Os fluxos de capital privado para economias emergentes voltaram a ganhar força, incentivados por uma maior disposição ao risco dos investidores desde meados de 2012, de acordo com o relatório "Capital Flows to Emerging Market Economies (Fluxos de Capital para Economias de Mercados Emergentes)", do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). O documento aponta também que o controle de capital contribuiu para a redução dos aportes estrangeiros no Brasil.

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Conforme o relatório, o pano de fundo macroeconômico permanece excepcionalmente favorável a fluxos de capital privado para economias emergentes. De um lado, há políticas de relaxamento quantitativo bastante significativas em economias desenvolvidas e a perspectiva de baixos retornos está "retirando" dinheiro desses mercados. Em contrapartida, um crescimento maior nas economias emergentes, combinado com taxas de juros mais altas em relação aos países desenvolvidos, está atraindo esses recursos.

O relatório estima que houve apenas um aumento moderado da entrada de capital privado na América Latina no ano passado - de US$ 271 bilhões em 2011 para US$ 288 bilhões em 2012. Um fator de restrição foi que os controles sobre as entradas de capital levaram a um declínio nas compras de dívida por investidores estrangeiros no Brasil. Embora a entrada de capital privado deva retomar força este ano, políticas cambiais desfavoráveis na região podem inibir o movimento.

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No Brasil, destaca o boletim, os controles sobre entrada de recursos mudaram nas questões de escala e composição. "Uma política agressiva para impedir a apreciação da moeda resultou na colocação do regime cambial em uma faixa delimitada, na qual o real flutua entre um piso de R$ 2 e um teto de R$ 2,10", diz o estudo. Como resultado, o real perdeu 8,7% ante o dólar no ano passado.

O documento ressalta, ainda, que, ao procurar limitar o repasse da desvalorização cambial para a inflação, as autoridades brasileiras aliviaram os controles sobre entrada de capital. Mas segundo o IIF, as várias mudanças nas regras para entrada de capital (tanto em renda fixa como em variável) e o financiamento externo por brasileiros têm, até agora, reduzido as entradas líquidas de capital.

De acordo com os últimos dados do Banco Central (BC), o saldo líquido de investimentos estrangeiros diretos no Brasil passou de US$ 60,017 bilhões de janeiro a novembro de 2011 para US$ 59 893 bilhões no mesmo período de 2012. No mesmo comparativo, os investimentos estrangeiros em carteira no País diminuíram de US$ 19,647 bilhões para US$ 14,719 bilhões.

O relatório estima que a entrada de capital privado no Brasil recuou em 2012, em relação ao ano anterior, e permaneceu bem abaixo do pico de 2010. Apesar da eliminação da taxa do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 2%, em dezembro de 2011 o fluxo de entrada de capital não recuperou os níveis pré-controle, refletindo o crescimento econômico lento e a incerteza do mercado sobre a política de controle do governo.