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A Copel será sócia minoritária da empresa privada Energisa caso as duas consigam comprar as nove companhias elétricas do Grupo Rede Energia. A informação foi revelada na manhã desta segunda-feira (03) pelo diretor de engenharia da estatal paranaense, Jorge Andriguetto Junior, em teleconferência com analistas do mercado financeiro. Ele não revelou o porcentual exato da companhia paranaense, mas deu a entender que ela terá aproximadamente 49% do negócio.

Copel e Energisa oferecem R$ 3,2 bilhões por participações em oito distribuidoras de energia e pela geradora pertencentes ao Grupo Rede. Além de estar em recuperação judicial, o conglomerado paulista está sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em razão de uma série de falhas e transgressões na administração das concessões.

"A ideia da Copel é que o fruto de toda essa negociação seja um ente privado. A Copel não será majoritária. Entendemos que temos condições de empreender um negócio desse volume e, junto com o capital privado, alcançar algumas sinergias", disse Andriguetto. "Não queremos criar uma nova estatal de distribuição."

Exclusividade

Copel e Energisa querem que a proposta – protocolada na sexta-feira (31/05) na 2.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo – seja apreciada durante a assembleia dos credores do Grupo Rede, que começa às 10 horas de quarta-feira (05), em São Paulo. Elas tiveram de recorrer à Justiça porque, em dezembro de 2012, o Grupo Rede firmou um contrato de exclusividade na venda dos ativos com as empresas CPFL e Equatorial.

"Não entendemos como verdade absoluta a questão da exclusividade. Estamos tentando revertê-la e ter acesso a informações que permitiriam melhorar ou adaptar nossa proposta. Fizemos a proposta com base nos dados que dispomos até o momento, que são os balanços do Grupo Rede", disse Andriguetto. Isso significa que, se tiverem acessos às informações mantidas sob sigilo, Copel e Energisa podem fazer algumas modificações em sua oferta, em um prazo de até 100 dias.

Valores

O executivo informou que, da oferta de R$ 3,2 bilhões, R$ 1,8 bilhão seria pago em dinheiro, "para fazer frente às obrigações da Rede Energia junto a credores relacionados na ação de recuperação judicial". Dessa parcela, R$ 1,3 bilhão seria depositado imediatamente e os R$ 500 milhões restantes, pagos ao longo de cinco anos. O restante da oferta se refere ao plano de correção de falhas e transgressões elaborado pela Aneel (pouco mais de R$ 800 milhões) e a finanças e garantias dadas pelo Grupo Rede e que serão assumidas por Copel e Energisa.

Em entrevista do jornal Valor Econômico, o diretor-presidente da Energisa, Ricardo Robelho, disse que a proposta feita com a Copel "é mais atraente", uma vez que o plano apresentado por CPFL e Equatorial prevê, em "valor presente líquido", o pagamento de R$ 450 milhões ao Rede e seus credores.

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