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Estatal está atrás de ativos que garantam maior rentabilidade que as operações atuais | André Rodrigues/ Gazeta do Povo
Estatal está atrás de ativos que garantam maior rentabilidade que as operações atuais| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Interesses

Das nove companhias pertencentes ao Grupo Rede, duas despertam mais interesse da Copel, segundo o diretor de finanças da empresa, Luiz Eduardo Sebastiani: a Companhia Força e Luz do Oeste, que tem 53 mil clientes em Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná; e a Enersul, concessionária que atua em Mato Grosso do Sul e tem quase 850 mil consumidores.

Mercado

Empresa tem negócios de cerca de R$ 2 bilhões no radar

Além do Grupo Rede, a Copel avalia outras aquisições, nas áreas de geração e transmissão de energia. São negócios que somam perto de R$ 2 bilhões, segundo o diretor de engenharia da estatal, Jorge Andriguetto Junior. Mas isso não quer dizer que a empresa fará propostas por todos eles. "Nem todos apresentam condições de rentabilidade que satisfaçam os acionistas e a diretoria executiva da Copel", disse Andriguetto. O diretor de finanças da Copel, Luiz Eduardo Sebastiani, ressaltou que a empresa só comprará ativos que garantam uma rentabilidade maior que a obtida pela empresa em suas operações atuais.

A Copel será sócia minoritária da empresa privada Energisa caso as duas consigam comprar as companhias elétricas ligadas ao Grupo Rede Energia. A estatal paranaense terá aproximadamente 49% do negócio, informou ontem seu diretor de engenharia, Jorge Andriguetto Junior.

"A ideia da Copel é que o fruto dessa negociação seja um ente privado. A Copel não será majoritária. Não queremos criar uma nova estatal de distribuição", disse o executivo, em teleconferência com analistas.

Copel e Energisa oferecem R$ 3,2 bilhões por participações – na maioria dos casos, majoritárias – em oito distribuidoras e na geradora Tangará Energia, pertencentes ao Grupo Rede, que atravessa uma crise financeira. Além de passar por recuperação judicial, o conglomerado está sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em razão de uma série de transgressões na administração das concessões.

Copel e Energisa querem que a proposta – protocolada na sexta-feira na 2.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo – seja apreciada durante a assembleia dos credores do Grupo Rede, que começa às 10 horas de amanhã. Elas tiveram de recorrer à Justiça porque, em dezembro de 2012, o Grupo Rede firmou um contrato de exclusividade na venda desses ativos com as empresas CPFL e Equatorial.

"Não entendemos como verdade absoluta a questão da exclusividade. Estamos tentando revertê-la e ter acesso a informações que permitiriam melhorar ou adaptar nossa proposta. Fizemos a oferta com base nos dados que dispomos até o momento, que são os balanços do Grupo Rede", disse Andriguetto.

Valores

O diretor informou que, da oferta de R$ 3,2 bilhões, R$ 1,8 bilhão seria pago em dinheiro, "para fazer frente às obrigações do dia a dia e às obrigações da Rede Energia junto a credores relacionados na ação de recuperação judicial". Dessa parcela, R$ 1,3 bilhão seria depositado imediatamente.

O restante da oferta, de R$ 1,4 bilhão, se refere a despesas com o plano de correção elaborado pela Aneel e às fianças e garantias dadas pelo Grupo Rede.

Credores do grupo manifestam vontade de avaliar proposta

Reuters

Detentores de 11,25% de notas perpétuas do Grupo Rede Energia querem competição no processo de venda do controle da empresa e se manifestaram ontem, depois que Copel e Energisa protocolaram proposta na semana passada para competir com CPFL e Equatorial na compra do grupo.

"O Steering Group dá boas vindas à abertura do processo de insolvência do Rede que essa nova proposta sinaliza, já que ela oferece para a consideração prudente dos credores uma alternativa viável e muito mais valiosa ao plano que a Rede propôs", informaram em nota.

A venda do controle do endividado Grupo Rede Energia está sendo negociada exclusivamente com CPFL Energia e Equatorial Energia desde outubro do ano passado, mas Copel e Energisa voltaram a pedir abertura da competição na semana passada.

"Como o Steering Group havia previsto, e assim como deixa claro a nova proposta, essa exclusividade destroi valor para as partes interessadas, enquanto que a abertura do processo para competição justa melhora o valor para todas as partes. E os objetivos de qualquer processo de insolvência incluem maximização do valor para todos os envolvidos", disseram.

Os credores pedem que Copel e Energisa tenham imediato acesso às informações que foram fornecidas à CPFL e Equatorial, e a garantia de que terão completa e justa oportunidade de avaliar a nova proposta.

Para que a proposta seja considerada, Copel e Energisa dependem da decisão do juiz em quebrar a exclusividade no acordo.

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