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Copel é uma das três distribuidoras mais afetadas pela escassez de energia

Uma das empresas mais impactadas pela crise do setor elétrico, a Copel Distribuição recebeu o terceiro maior volume de recursos emprestados por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), atrás somente da Light (RJ) e da Eletropaulo (SP)

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A Copel Distribuidora (Copel D) foi a principal compradora do leilão A-0, realizado na manhã desta quarta-feira (30). A distribuidora paranaense adquiriu 19,285 milhões de megawatts-hora (MWh), o que corresponde a 18,9% do total negociado no certame, de 101,692 milhões de MWh. Do total adquirido pela Copel, 13,8 MWh foram pela modalidade quantidade (proveniente de energias hidrelétricas) e 5,5 MWh são provenientes de térmicas. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) não disponibilizou o valor médio dos contratos por comprador. No consolidado, o preço médio do leilão foi de R$ 268,33/MWh.

A Copel tinha uma das maiores necessidades de contratação de energia no leilão. Ao contratar energia no certame, a Copel deverá reduzir os gastos que estava tendo no curto prazo para comprar energia mais cara, em momento de forte geração termelétrica (veja matéria ao lado).

A segunda empresa com maior contratação foi a Elektro, que adquiriu 10,524 milhões de MWh, ou 10,35%. Já a gaúcha CEEE D comprou 6,128 milhões de MWh, 6,026%, seguida da RGE, com 6,9 milhões de MWh (5,9%), Celpa, com 5,597 milhões de MWh (5,5%) e Light, com 5,098 milhões de MWh (5,01%).

No total, 40 distribuidoras contrataram 2.046 MW médios de energia no leilão, cobrindo cerca de 85% da necessidade de contratação das distribuidoras.

O preço da energia contratada no leilão A-0, que ficou em média em 268,33 reais por megawatt-hora, já será considerado nos reajustes tarifários das distribuidoras de energia que ainda não passaram pelo processo este ano. Esse é o caso de Copel, Light e Elektro, por exemplo.

Leilão

O resultado foi melhor que o esperado pelo governo. Na terça-feira, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que o leilão A-0 foi importante para reduzir o custo das distribuidoras com a compra de energia no curto prazo, que está com preços elevados diante do menor nível dos reservatórios das hidrelétricas em mais de uma década e pelo acionamento de térmicas, fonte mais cara de eletricidade.

Quanto maior a contratação no leilão, menor a necessidade de o governo encontrar formas de cobrir os gastos das distribuidoras com a aquisição de energia no curto prazo. Na última sexta-feira (23), a CCEE fechou um empréstimo de R$ 11,2 bilhões com bancos para ajudar as distribuidoras a arcarem com o custo mais elevado da energia de curto prazo.

Não havia expectativa de que o leilão conseguisse atender toda a demanda das distribuidoras, justamente pela possibilidade de as geradoras lucrarem mais com a venda de energia mais cara no curto prazo. Mas algumas empresas elétricas optaram por assegurar um fluxo de caixa estável no longo prazo ao ofertarem energia no certame.

Como esperado, Petrobras e empresas do grupo Eletrobras apareceram entre as principais vendedoras de energia existente no leilão. A Petrobras vendeu 574 MW médios de suas térmicas, a 262 reais por MWh. Furnas e Eletronorte, subsidiárias da Eletrobras, comercializaram um total de 811 MW médios. A Tractebel vendeu 150 MW médios da hidrelétrica Santo Santiago e a Energias do Brasil outros 5 MW médios da hidrelétrica Lajeado.

Eletrobras diz que venda de energia em leilão A-0 foi "bom negócio"

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse que a venda de energia no leilão A-0 desta quarta-feira pelas subsidiárias do grupo foi "um bom negócio" para a companhia. Apesar do preço da energia vendida no leilão pelas geradoras Furnas e Eletronorte ser abaixo do preço que elas poderiam obter com a venda no curto prazo (PLD) neste ano, o executivo disse que o valor tende a ser maior que o PLD dos anos seguintes.

O preço da energia vendida no leilão pela Eletrobras ficou em cerca de R$ 271 por MWh ante valores de até R$ 822 que estão sendo praticados no curto prazo neste ano. No entanto, não há certeza da manutenção desse patamar alto de preço de energia ao longo dos próximos anos já que ele depende de diversos fatores como as chuvas que chegam aos reservatórios das hidrelétricas, por exemplo.

As empresas do grupo Eletrobras venderam 811 MW médios de energia no leilão, fazendo do grupo estatal o principal vendedor de energia no leilão que negociou um total de 2.046 MW. Os contratos do leilão valem para entrega de eletricidade de maio deste ano a dezembro de 2019. "Essa energia ia ser vendida por um preço de mercado de longo prazo a 120/130 reais por MWh... Técnica e economicamente (o leilão) foi muito bom para nós", disse o presidente da Eletrobras a jornalistas após reunião de assembleia geral da companhia, em Brasília.

Na assembleia da estatal desta quarta-feira, foi eleito o conselho fiscal e de administração da empresa. Os acionistas preferencialistas não conseguiram quórum necessário para eleger um representante para o Conselho de Administração neste ano. No ano passado, eles conseguiram ter um representante nesse Conselho.

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