• Carregando...
Ravedutti: "Vamos participar de tudo que for leiloado até o fim do ano. Até de leilão de boi" | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Ravedutti: "Vamos participar de tudo que for leiloado até o fim do ano. Até de leilão de boi"| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Participação majoritária

Governo quer rever lei

O governo estadual pretende rever a lei que obriga a Copel a ser majoritária nos empreendimentos em que pretende investir. Apesar da proximidade do fim do ano e do mandato, o presidente da estatal, Ronald Ravedutti, diz que o governo atual tentará mobilizar deputados estaduais em prol da alteração.

Hoje a lei 14.286/04 proíbe a Copel de ser sócia minoritária em qualquer novo empreendimento, e exige também que qualquer negociação para compra ou ampliação de participação societária passe pela aprovação da Assembleia. A limitação era uma das políticas de governo do ex-governador Roberto Requião.

"A lei é uma incoerência. Obrigar a Copel a ser majoritária em todos os projetos é onerar os custos e o usuário, já que tradicionalmente o custo de financiamento para uma estatal é maior", disse Ravedutti. Ele também afirmou estar conversando com o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, sobre a situação da Usina Elétrica a Gás (UEG) de Araucária e o arrendamento para a Petrobras. A Copel avalia se continuará no sistema de arrendamento ou se fechará outro tipo de parceria.

Apesar das recentes declarações do governador eleito, Beto Richa, de que poderá rever investimentos da empresa, a diretoria atual da Companhia Paranaense de Energia (Copel) diz que vai manter a estratégia de participar de novos leilões de concessão do setor, inclusive fora do Paraná. O presidente da empresa, Ronald Thadeu Ravedutti, informou ontem, em conferência com analistas financeiros, que a Copel participará dos novos leilões de transmissão e geração previstos para o início de dezembro, inclusive o da hidrelétrica de Teles Pires (1.820 MW), a maior de um complexo de usinas que deverão ser construídas no rio de mesmo nome, no norte de Mato Grosso. Em junho, a Copel arrematou a usina de Colíder (300 MW), no mesmo rio, que deverá demandar R$ 1,26 bilhão.

"Não vou comentar o que o governador eleito pretende fazer com a Copel. Sabemos o que vamos fazer até 31 de dezembro e a orientação do governador Orlando Pessuti é continuar a trabalhar com a estratégia atual. A Copel precisa ganhar espaço e importância no cenário de transmissão e geração", afirmou.

Ravedutti informou que a Copel vem conversando com possíveis parceiros para disputar a usina de Teles Pires. "Temos condições de ter 51% do projeto, temos um endividamento baixo e financiamento garantido do BNDES. Eu diria que Colíder foi o aperitivo. Vamos com grande apetite para Teles Pires. O importante é que já estamos com um pé lá", afirma.

Além de Teles Pires, o governo vai leiloar em 17 de dezembro as hidrelétricas de Sinop (também no Rio Teles Pires), com 461 MW, Castelhano, com 64 MW, e Ribeiro Gonçalves, com 113 MW (ambas no Rio Parnaíba, no Piauí). Foi incluída também a usina São Roque, com capacidade de 214 MW (no Rio Canoas, em Santa Catarina). Apesar do foco em Teles Pires, a Copel deverá disputar os demais leilões. "Vamos participar de tudo que for leiloado até o fim do ano. Até de leilão de boi", brincou.

Resultado

Ontem as ações da Copel chegaram a subir fortemente em razão dos resultados do terceiro trimestre, quando a empresa teve lucro líquido de R$ 316 milhões, 11% a mais que em igual período de 2009, reflexo principalmente do reajuste tarifário e do fim da política de descontos, a partir de junho. No entanto, as ações, que chegaram a subir 5%, fecharam o dia com queda de 0,69%, em R$ 41,92.

O presidente da companhia também afirmou a analistas que liminares na Justiça, aumento de custos de materiais, problemas na logística de entrega e as chuvas prejudicaram o andamento dos investimentos. De janeiro a setembro, a Copel aplicou somente metade (52%) do montante de R$ 1,34 bilhão previsto para o ano. "Teremos que fazer alguns ajustes, mas queremos fechar o mais próximo possível do projetado", afirma. Apesar das dificuldades, Ravedutti descarta grandes atrasos no início de operações da usina de Mauá (363 MW), maior obra da Copel em andamento no estado. "Acredito que vamos colocar a primeira máquina para funcionar em maio ou junho de 2011."

Despesas

Segundo Ravedutti, a empresa registrou um aumento de 12% nas despesas no terceiro trimestre, em função basicamente de elevação dos custos de aquisição de energia, materiais, serviços de terceiros e provisões fiscais, trabalhistas e de devedores duvidosos. Com foco em redução de custos, a Copel deve encerrar até o fim do ano um plano de demissão voluntária de 700 funcionários, que permitirá uma economia de R$ 70 milhões por ano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]