A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não aceitou a justificativa da Companhia Paranaense de Energia (Copel) para o atraso nas obras da usina de Colíder, no Rio Teles Pires, no Norte do Mato Grosso. Com isso, a estatal de energia paranaense foi multada em R$ 720 milhões, segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o que pode comprometer severamente o seu caixa. O valor equivale a mais da metade do lucro da companhia em 2014, que foi de R$ 1,336 bilhão – o melhor resultado da empresa desde 2006. A decisão final sobre a multa será dada por uma diretoria colegiada da Aneel, que vai analisar o parecer da área técnica.
De acordo com o cronograma original previsto no contrato firmado em 2010, a primeira turbina da usina matogrossense deveria ter sido entregue para operação em dezembro de 2014. Cerca de dois meses depois, no final de fevereiro deste ano, estava prevista a liberação da segunda turbina e, no próximo dia 30 de abril, a Copel deveria entregar o empreendimento completo e pronto para operação comercial. Pelo novo cronograma, a Hidrelétrica de Colíder, com capacidade de 300 megawatts (MW), deve entrar em funcionamento somente daqui a dois anos.
Alegando uma série de problemas para justificar o atraso das obras, a Copel pediu à Aneel para alterar a data de conclusão da usina para fevereiro de 2017. Segundo a companhia, dificuldades com o licenciamento ambiental, greves de funcionários, vandalismo – um incêndio no canteiro de obras promovido pelos próprios trabalhadores – e burocracia impediram a conclusão do projeto dentro do prazo estabelecido.
Segundo a reportagem do jornal, que teve acesso ao parecer da área técnica da Aneel, o pleito com as justificativas da Copel foi praticamente todo rejeitado pela agência, que entendeu como justificáveis apenas 214 dias de atraso, um terço dos 644 dias solicitados pela estatal paranaense.
O valor da multa – de R$ 720 milhões – equivale ao custo que as distribuidoras que já adquiriram a energia de Colíder, mas que ficarão descobertas em consequência do atraso das obras, terão com a compra de energia no mercado livre. Em casos como este, cobrir essa demanda gera um custo que deve ser assumido pela empresa geradora de energia. O cálculo considera o preço da energia no mercado livre hoje, que é de R$ 388,48, o teto permitido pela Aneel.
-
TSE acelera processo de Moro para julgamento sob comando de Moraes
-
A redenção dos “cancelados”: personalidades como Luciano Hang e Pablo Marçal se destacam na ajuda às vítimas no RS
-
Os juros e o preço da gastança sem fim
-
Levantamento aponta que mais de 300 mil casas foram atingidas pelas inundações no RS
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto