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O paranaense Paulo Bernardo, ministro das Comunicações: planos para promover o braço de telecomunicações da Copel | Wenderson Araújo/ Gazeta do Povo
O paranaense Paulo Bernardo, ministro das Comunicações: planos para promover o braço de telecomunicações da Copel| Foto: Wenderson Araújo/ Gazeta do Povo

Programação

O Plano Nacional de Banda Larga deve entrar em operação no fim deste mês. O Paraná não está entre os primeiros estados a receberem a implantação dos aparelhos necessários para colocar o projeto em andamento. Veja abaixo as metas do plano em todo o Brasil:

Curto prazo

- Implantação de backbone ótico dos Anéis Sudeste e Nordeste, em 16 capitais: Brasília, Recife, Palmas, Aracaju, Goiânia, Maceió, São Luís, Salvador, Teresina, Vitória, Fortaleza, Rio de Janeiro, Natal, Belo Horizonte, João Pessoa e São Paulo.

- Implantação da intranet do governo federal, com conexão de 96 pontos corporativos e capacidade de 1 Gbps.

- Implantação de backhaul em 100 municípios desses estados.

Médio prazo

- Implantação de backbone ótico dos Anéis Sul e Norte, em oito capitais: Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Campo Grande, Cuiabá, Belém, Porto Velho e Rio Branco.

- Implantação da intranet do governo federal, com conexão de mais 48 pontos corporativos e capacidade de 1 Gbps.

- Difusão da banda larga através da negociação de Pontos de Governo com pequenos e médios prestadores e/ou grandes operadoras. Aumento da oferta, diminuição do preço e aumento de capacidade.

- Integração dos pontos indicados por políticas públicas nas áreas de educação, saúde e cultura no backbone ótico do governo.

- Integração de cidades de estados com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Longo prazo

- Implantação de backbone ótico da Rede Norte II, em três capitais: Macapá, Manaus e Belém.

- Implantação da intranet do governo federal, com conexão de mais 18 pontos corporativos e capacidade de 1 Gbps.

- Integração dos pontos indicados por políticas públicas nas áreas de educação, saúde e cultura no backbone ótico do governo.

- Integração de cidades de estados com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Termos

Conheça alguns termos que envolvem o Plano Nacional de Banda Larga:

- Backbone: Tradução de "espinha dorsal", é a rede principal por onde passam os dados da internet. Um backbone é uma rede responsável pelo envio e recebimento de informações entre grandes cidades. No caso do Plano Nacional de Banda Larga, as capitais serão os backbones, enquanto as cidades do interior serão os backhauls.

- Backhaul: São as subredes que fazem a ligação com a rede principal. As informações que passam pelo backhaul são capturadas pelos backbones e levadas ao seu destino final. Um e-mail enviado vai do seu backhaul ao backbone e é transmitido ao backhaul de destino.

O Ministério das Comunicações estuda incluir, nos próximos meses, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) em grandes projetos de telecomunicações no Paraná e em países da América do Sul. Após um encontro do ministro Paulo Bernardo com executivos da empresa, ficou acertado que a Copel Tele­co­mu­nicações, subsidiária da estatal para o ramo das telecomunicações, pode se tornar a operadora do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no Paraná. Além disso, o ministro também sinaliza com a possibilidade de parcerias com a Copel para implantação de uma rede de fibras óticas na Argentina e no Paraguai. "A Copel tem uma capacidade enorme com o ramo de banda larga e poderia se tornar a prestadora de serviços da Telebras dentro do plano no Paraná. Poderíamos explorar ainda a parceria com a Copel em outras situações", sa­­lienta Paulo Bernardo.

O ministro cita a possibilidade de a Copel participar de uma nova ligação de fibra ótica com a Argentina, passando por Foz do Iguaçu, e de implementar uma rede de linhas de transmissão de energia no Paraguai. "O ministro argentino de Comunicações deve vir ao Brasil para conversarmos sobre essa nova ligação. Atual­mente, temos uma ligação em Uruguaiana (RS) e poderíamos ter essa outra, em Foz do Iguaçu. O ministério considera que a Copel pode, sim, ser a parceira nesses projetos com os países vizinhos", afirma.

O Plano Nacional de Banda Larga tem como objetivo levar internet de alta velocidade a preços mais acessíveis para a maioria dos municípios brasileiros nos próximos anos. A intenção é que o plano entre em operação até o fim de abril e forneça internet a um preço médio de R$ 35 mensais.

A Telebras, que vai operar o projeto, deve firmar acordos com estatais para levar a fibra ótica pela rede dessas companhias. Um acordo com a Eletrobras já foi alcançado, mas os valores ainda não foram divulgados. O Ministério das Comunicações quer agora firmar um acordo semelhante com a Petrobras. "Com essas duas empresas poderíamos cobrir a maior parte do território nacional. A Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais] poderia ser outra estatal a participar do plano", ressalta Paulo Bernardo.

No Paraná, a Copel serviria ao PNBL porque a empresa já tem uma rede de fibras óticas presente em 242 cidades paranaenses. "Temos a melhor rede de fibra ótica do país, que não é operada pelas teles privadas. Esse é um instrumento poderoso que temos nas mãos, como política de desenvolvimento socioeconômico. Nossa proposição de nos tornarmos agentes da Telebras no Paraná foi bem acolhida pelo ministro, que determinou que uma equipe técnica se reunisse conosco", afirmou o superintendente da Copel Telecomunicações, Marcos Pessoa. O Ministério das Comunicações, porém, informou que ainda não há uma data determinada para a visita.

Oportunidade

A estatal paranaense leva fibra ótica por meio de cabos para-raios e tem como meta estar presente nos 399 municípios do estado nos próximos dois anos. Participar do plano, de acordo com Pessoa, seria uma oportunidade para a empresa expandir ainda mais sua atuação no Paraná. "Investimos muito na rede nos últimos 40 anos e isso fez com que nosso estado tivesse a inclusão digital antes dos outros. Teríamos dois ganhos como agentes da Te­­lebras: colaborar com a expansão da rede, além do retorno financeiro. Nós poderíamos levar internet em volume para o governo federal, fazendo a distribuição por meio da nossa infraestrutura", ressalta o su­­perintendente.

Os custos com a internet devem diminuir à medida que a infraestrutura brasileira melhore, na opinião do presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. "O que encarece o acesso é a falta de estrutura. No caso do Paraná, a Copel seria a provedora natural, viabilizando o plano. A empresa utilizaria uma estrutura que já existe e que é uma das mais desenvolvidas", analisa.

A Telebras foi procurada pela reportagem para se posicionar quanto à intenção da Copel em ser parceira do plano no Paraná, mas a assessoria informou que ainda não há nenhuma definição em relação à inclusão da estatal paranaense.

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