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Ravedutti: investimeno na Arena é proibido por contrato de concessão com a Aneel. | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Ravedutti: investimeno na Arena é proibido por contrato de concessão com a Aneel.| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Hidrelétricas

Próxima disputa será no 2º semestre

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do governo federal ainda não concluiu o cadastro de projetos para o próximo leilão "A-5" da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Previsto para o segundo semestre, o certame vai leiloar usinas com início de operação programado para 2015. Têm boas chances de serem incluídas sete hidrelétricas que somam 905 megawatts (MW) e participariam do leilão A-5 de 2009, que foi cancelado. Uma delas é a de Garibaldi, projeto de 175 MW no município catarinense de Campos Novos, que estava no alvo da Copel – que ontem indicou uma alta de 8,2% em seu mercado cativo no primeiro trimestre.

O Plano Decenal de Expansão 2008-2017 da EPE cita outras cinco hidrelétricas cujo estudo de viabilidade já foi aprovado pela Aneel mas que ainda não foram licitadas, por falta de licença ambiental prévia. Entre elas, que terão juntas 793 MW, está a de Salto Grande do Chopim, no Sudoeste do Paraná, com 53 MW. Ao todo, o plano lista cerca de 18 mil MW – mais que a potência de Itaipu (14 mil MW) – em usinas "indicativas", que podem vir a ser concedidas nos próximos anos.

O economista Ronald Thadeu Ravedutti assumiu ontem a presidência da Copel prometendo "mais audácia" nos próximos leilões de eletricidade. Funcionário de carreira da estatal indicado pelo governador Orlando Pessuti, o novo presidente quer fazer propostas mais ousadas para arrematar concessões de usinas e linhas de transmissão, e não descarta disputar projetos em locais distantes do Paraná. Além de usar recursos próprios da companhia – que tem R$ 1,6 bilhão em caixa, mais que a soma de todas as dívidas –, Ravedutti pretende remover barreiras que hoje restringem a captação de recursos pela empresa.Essa estratégia, que a princípio será executada nos próximos oito meses, até o término do mandato de Pessuti, contraria o processo de expansão mais cauteloso e "caseiro" defendido pelo antecessor de Ravedutti. O ex-presidente Rubens Ghilardi considerava "aventura" lutar por usinas como a de Belo Monte, no Pará, e defendia crescer primeiro no Paraná e na Região Sul. Nos cinco anos da gestão de Ghilardi, a Copel arrematou a hidrelétrica de Mauá, em construção nos Campos Gerais, mas perdeu a concorrência da usina de Baixo Iguaçu (Sudoeste do Paraná) e descartou Belo Monte.

Ontem, Ravedutti deu a entender que quer mais do que isso. "Não podemos permanecer assistindo ao gradativo e contínuo declínio da contribuição da Copel na oferta de eletricidade do país. Precisamos recuperar nossa condição histórica de grande empresa geradora e transmissora de energia elétrica", afirmou, no discurso de posse.

Hoje, a Copel é responsável por 4,8% da energia gerada no país e por apenas 2,5% do mercado de transmissão. O programa de investimentos da estatal neste ano é o maior de sua história, de R$ 1,343 bilhão, mas, à exceção da verba para Mauá (R$ 323 milhões), o montante destinado à área de geração e transmissão é de apenas R$ 176 milhões. Curiosamente, o maior volume de recursos (R$ 762 milhões) vai para a área de distribuição, comandada por Ravedutti até anteontem.

Caixa cheio

Em conversa com jornalistas, o novo presidente manifestou incômodo com o caixa da companhia, que cresce à medida que ela acumula lucros sem assumir novos projetos de grande porte – reserva formada para contornar restrições que existem na contratação de empréstimos. "Como passei pelas áreas financeira e de gestão em todo esse tempo na Copel, às vezes fico muito preocupado com o volume de recursos que temos no caixa. Precisamos achar bons projetos, que ajudem a Copel a aumentar sua participação no cenário nacional. Vou procurar dar um pouquinho mais de agilidade, um pouquinho mais de audácia, nos empreendimentos de que a companhia possa participar", disse o executivo.

Ravedutti, no entanto, não quis dar nome às aquisições que a estatal pensa em fazer, nem às usinas ou linhas de transmissão que poderá disputar até o fim do ano. "Vamos avaliar todas as oportunidades. Todos os investimentos que forem bons para o Paraná e bons para a Copel serão avaliados com muito carinho", repetia o novo presidente, sempre que questionado sobre negócios específicos, como a hipótese de a estatal se associar ao projeto de Baixo Iguaçu e de comprar a distribuidora Celesc. Em março, Rubens Ghilardi declarou que a Copel tinha interesse em comprar a concessionária catarinense, mas desde então a empresa desmente qualquer negociação, postura mantida ontem por Ravedutti.

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