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 | Mauro Campos
| Foto: Mauro Campos

Eles já foram decorados com personagens da Warner Bros e da Turma da Mônica, já formaram coleção com estampas de obras do pintor paulista Cândido Portinari e certamente já ocuparam um bom espaço nos armários de louças da maioria das famílias brasileiras, mas se tornaram artigo em extinção. Os copos de vidro de requeijão estão sumindo das geladeiras dos supermercados. Hoje, no Brasil, cerca de 80% das embalagens de requeijão cremoso são copos de plástico. No Paraná, a mais recente empresa a aderir à troca, há um mês, foi a Frimesa, de Medianeira.

Menos de cinco anos após o início do uso em embalagens de requeijões, os copos plásticos já dominam o mercado graças a suas vantagens logísticas – começando pelo peso, que cai de 150 gramas para 21 gramas. "O copo plástico não quebra no momento do envase, o que paralisaria a linha de produção para limpeza, e pode ser carregado em maiores quantidades, porque permite um empilhamento bem maior. Na época do lançamento dos primeiros copos, o custo total da embalagem plástica (produto mais envase e logística) era 30% menor do que a de vidro", explica Ângela Mormul, gerente de marketing da Huhtamaki, empresa finlandesa de embalagens com subsidiária em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Foi da Huhtamaki a idéia de colocar copos plásticos nas prateleiras de requeijão. Eles levaram a proposta à Danone, uma das líderes deste segmento, em 2003. "Conquistamos um grande fabricante que formou opinião para vários outros", conta ela. Não demorou muito para a troca se espalhar pelos outros fabricantes de produtos lácteos. Hoje a subsidiária paranaense produz 75% das embalagens plásticas de requeijão brasileiras. "O mercado deste tipo de pote cresceu muito e rápido. Em 2003, segundo pesquisas de mercado, 2,5% das embalagens de requeijão eram de plástico, no ano seguinte a fatia já era de 44% e agora é de pelo menos 80%", informa a gerente.

Há poucas chances de o curitibano levar um requeijão cremoso para casa no tradicional cristal "cica". A grande maioria das mais de dez marcas que circulam no mercado local já é envasada em plástico. Dentro da rede Wal Mart (que reúne também Mercadorama e BIG), por exemplo, só a marca própria e o Danúbio mantêm o copo de vidro. "Para o Danúbio não existe a intenção de mudar de embalagem. Ele é o nosso produto de melhor qualidade e virou uma espécie de ícone da categoria. O que o cliente mais gosta é da qualidade e do benefício de reutilizar o copo", afirma Mônica Martins, gerente de marketing da Vigor, fabricante do Danúbio. Mas a própria Vigor já cedeu à tentação do plástico-prático. As duas linhas mais populares da marca – Leco e Vigor – são vendidas em copos da Huhtamaki. "Neste caso existe uma competição de preço que determina a escolha do consumidor", explica Mônica. Enquanto o requeijão Danúbio custa em torno de R$ 3,50, a linha Vigor sai por R$ 2,70.

Na Frimesa, houve um receio inicial de se trocar de embalagem. Não por desconfiança em relação ao plástico, afirma o diretor executivo Elias José Zydek. "Nosso medo era de que a embalagem plástica fosse sempre associada à especialidade láctea com requeijão, lançada na mesma época", explica Zydek. Como a especialidade caiu em desgraça no gosto do consumidor e perdeu presença, a Frimesa resolveu acompanhar as outras grandes marcas e substituiu o material das embalagens. "Vamos gastar cerca de 5% menos", diz o diretor da empresa. Ainda é possível encontrar as versões de requeijão Light e com sabores Frimesa em vidro nos supermercados. "Mas é só uma questão de tempo. Estamos usando as últimas embalagens em vidro que tínhamos no estoque", avisa Zydek.

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