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O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou na noite desta quarta-feira (11) a redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. Com a decisão, a taxa caiu de 8,5% para 8% ao ano e bate o segundo recorde consecutivo de baixa -o menor patamar da série histórica iniciada em 1986. Este é o oitavo corte seguido da Selic, em uma trajetória de declínio que teve início em agosto de 2011, quando foi reduzida de 12,5% para 12%.

Desde então, o BC tem decidido pela redução de 0,5 ponto percentual a cada nova reunião, com exceção da decisão tomada em março, quando o Copom cortou 0,75 p.p.. Segundo estimativa do mercado, medida semanalmente pelo boletim Focus, do BC, 2012 deve terminar com a taxa em 7,5%.

A redução da taxa está em linha com a estimativa do mercado. Um dos motivos apontados para mais essa redução é a expectativa de reaquecimento da atividade econômica apoiado no aumento do crédito e na demanda interna.

Historicamente, os cortes na Selic levam de seis a nove meses para impactar a economia. Dessa vez, o ciclo de redução está prestes a completar um ano, mas a atividade não dá sinais de reação.A expectativa do governo é que a atividade da economia reaja neste semestre e não cresça menos do que no ano passado, quando o PIB (Produto Interno Bruto) apresentou alta de 2,7%.

Os ministérios da Fazenda e Planejamento devem reduzir nos próximos dias a previsão de crescimento, que ainda mantém em 4,5%, enquanto o próprio BC trabalha com 2,5%. Bancos e mercado financeiro já estimam um PIB em torno de 2%.

Para Jason Vieira, analista internacional da Cruzeiro do Sul Corretora, a falta de reação da economia brasileira está muito mais ligada ao custo efetivo do crédito do que à taxa básica de juros. "Num passado recente, o que estimulou a maior demanda por empréstimos e financiamentos no Brasil não foram juros mais baixos, mas efetivamente uma desburocratização do acesso."

Ele afirma que somente a redução dos juros não é condição principal da melhora na atividade econômica. "Os custos brasileiros ainda estão fortemente baseados num sistema tributário oneroso e perverso e custos trabalhistas fora da realidade", destaca Vieira.

Poupança

A remuneração da caderneta de poupança ficará menor a partir desta quinta-feira (11). A mudança ocorre após a decisão do Copom. No início do mês, o governo definiu que a poupança renderá menos sempre que a Selic for igual ou inferior a 8,5 % ao ano. O novo modelo vale apenas para depósitos e contas feitos a partir de 4 de maio -no caso daqueles feitos antes dessa data não há mudanças.

As novas cadernetas terão seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic, acrescidos da TR (Taxa Referencial, que não muda). Com a Selic a 8%, a poupança terá rendimento de 5,6% ao ano mais a TR, que deve ficar próxima de zero. Ou seja, uma poupança de R$ 10 mil renderia, pelo menos, R$ 560 após doze meses.

Caso a taxa do BC suba acima de 8,5%, a remuneração da poupança volta a ter uma correção de 6,17% ao ano mais TR. Os cortes começaram em agosto, quando a Selic estava em 12,5% ao ano. Além do corte de hoje, a expectativa predominante é que os juros sejam reduzidos uma última vez, em agosto, para 7,5%.

Aos poucos, porém, aumentam as apostas de que o ciclo de cortes pode ser alongado, levando a taxa até 7% em outubro, como aponta, por exemplo, o banco Itaú.

Desde o dia 4 de maio os novos depósitos na poupança obedecem a uma nova regra. Sempre que a Selic for igual ou inferior a 8,5%, a remuneração será de 70% da Selic mais TR (taxa referencial, que procura refletir os juros no período de 30 dias seguintes ao da data em questão).

Para depósitos antigos (feitos até dia 3 de maio) nada muda, ou seja, o rendimento continua sendo de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a TR. O mesmo ocorre para novos depósitos quando a Selic for superior a 8,5%.

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