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A perspectiva de registrar o maior índice de inflação em uma década num cenário cada vez mais claro de estagnação econômica em 2015 levou o Comitê de Política Monetária (Copom), ontem, a aumentar em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros (Selic) para 12,25% ao ano. Foi a terceira elevação consecutiva dos juros pelo Banco Central. Desta vez, em meio ao anúncio de aumento de impostos e de reajuste nos preços do combustíveis pelo governo.

INFOGRÁFICO: Veja o histórico da taxa básica juros

A decisão, tomada de forma unânime pelos membros do Copom, levou a Selic a atingir seu maior nível desde julho de 2011, quando estava em 12,5% ao ano. O comunicado que se seguiu à decisão foi um dos mais enxutos dos últimos tempos e não deu pistas sobre os próximos passos do BC, mas analistas não descartam um novo aumento na próxima reunião, em março, para 12,5%.

O Copom atuou dois dias depois que o Ministério da Fazenda elevou impostos de importação, encareceu o crédito ao consumidor e aumentou a alíquota da Cide, a contribuição sobre os combustíveis. As medidas podem agravar a já esperada estagnação da economia neste ano.

As ações da Fazenda foram bem recebidas pelo mercado porque significam mais austeridade por parte do governo, ajudam na eficácia da política monetária e auxiliam até na valorização do real, o que é um problema a menos para a inflação que o BC promete controlar. A questão é que, ao mesmo tempo, esse aumento da carga tributária gera outras pressões sobre os preços, principalmente aqueles administrados pelo governo, mais sobrecarregados neste ano.

Pressão

O BC vem alertando desde o fim de 2014 que a inflação do início deste ano será elevada – no relatório de mercado Focus, a projeção para o IPCA de janeiro, por exemplo, está em 1,10%. Depois do anúncio de mais impostos na segunda-feira, no entanto, as estimativas para a inflação de 2015 subiram e já indicam que o IPCA vai romper o limite superior de tolerância de 6,50%.

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