Os grandes poupadores do maior banco do Chipre enfrentam prejuízos de até 60%, muito maiores do se temia inicialmente com o controverso plano de resgate da União Europeia (UE), disseram autoridades neste sábado (30). Os parlamentares, no entanto, investigam uma lista publicada em jornais gregos de políticos cipriotas que supostamente teriam os empréstimos perdoados pelo três principais bancos da ilha, dois deles no coração da crise financeira.

CARREGANDO :)

Autoridades informaram disseram que os poupadores do Banco do Chipre terão pelo menos 37,5% dos fundos superiores a 100 mil euros transformados em ações, mas outros 22,5% serão retidos até que se saiba se os termos do resgate poderão ser cumpridos.

No primeiro pacote de resgate sugerido pela zona do euro que punia os poupadores com um "haircut" sobre os depósitos, o Chipre só se qualificaria para o empréstimo de 10 bilhões de euros (US$ 13 bilhões) se conseguisse 5,8 milhões de euros por conta própria. "Haverá um haircut de 37,5% sobre os depósitos superiores a 100 mil euros que serão convertidos em ações", observou Marios Mavrides, do partido governista Disy. "Então 22,5% serão retido da poupança por dois ou três meses, mas esse montante pode ser menor se um haircut maior for necessário", completou.

Publicidade

Mario Skandalis, autoridade sênior do Banco do Chipre, confirmou os números. "Um nível preliminar de 37,5% havia sido alcançado, mas isso não foi finalizado ainda", disse ele à agência France Press, acrescentando que se a quantia necessária para o resgate "não puder ser levantada, então mudaremos o haircut".

Perguntado se o corte sobre os depósitos superiores a 100 mil euros pode chegar a 60%, ele respondeu: "Pode ser uma possibilidade, mas eu diria que é uma remota possibilidade." Skandalis espera um anúncio oficial até segunda-feira.

Mavrides disse que os 40% restantes seriam "depositados por seis meses para impedir que as pessoas retirem todo o dinheiro, mas isso cria um problema para empresas que não têm acesso ao capital de giro".

O Chipre, que enfrenta a pior crise desde que as tropas turcas ocuparam o norte da ilha em 1974, é o mais recente teste da viabilidade da zona do euro. As informações são da Dow Jones.