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Coutinho, do BNDES: é preciso investir mais para crescer de forma sustentada | Vanderlei Almeida/AFP
Coutinho, do BNDES: é preciso investir mais para crescer de forma sustentada| Foto: Vanderlei Almeida/AFP

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defende que o ano eleitoral é um bom momento para que o país discuta uma agenda econômica "essencial" de médio e longo prazo, relativa ao aumento substancial da poupança interna e dos investimentos. Ele não se conforma que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) esteja no patamar de 18% do PIB, bem distante da marca de 35% a 40% do produto interno bruto registrado por nações asiáticas, com destaque para a China. "Precisamos fazer subir a taxa de investimento e de poupança no país para algo próximo a 24% e 25% do PIB, o que é uma taxa que nos daria conforto para crescer sustentadamente 6% ao ano sem inflação", comentou.

Para Coutinho, a agenda que trata da ampliação da poupança e dos investimentos para patamares mais próximos aos registrados pelos países emergentes que mais crescem requer contenção da taxa de crescimento do gasto de custeio do Estado, reformas a longo prazo do sistema previdenciário e um forte incentivo da poupança das famílias, além do desenvolvimento dos fundos de pensão. Na avaliação do presidente do BNDES, o país possui um conjunto de oportunidades de investimento extremamente rentável, de baixo risco, em cinco áreas: petróleo e gás; energia elétrica; logística, transportes e portos; construção civil, especialmente residencial; e agronegócios.

Na opinião dele, também é relevante ampliar os investimentos das indústrias, o que, na sua avaliação necessita de "uma política de fomento um pouco mais ativa do que as outras cinco fronteiras." Coutinho disse que é vital ampliar a FBCF, pois, como o país tem boas perspectivas de crescer nos próximos anos, a expansão mais expressiva do PIB só poderia ser viabilizada pela ampliação do déficit de transações correntes, o que pode se tornar um expediente perigoso em alguns anos.

Segundo Coutinho, contudo, para que os investimentos no Brasil alcancem um novo patamar, coerente com o de um país muito promissor, dotado de um grande mercado interno, parque industrial diversificado e grande exportador, é fundamental que os bancos comerciais ampliem de forma substancial os financiamentos. A queda da inadimplência, que já ocorreu no caso dos consumidores e começa a surgir nas empresas, é um elemento que pode colaborar para aumentar a concessão de financiamentos pelas grandes instituições financeiras privadas.

Volume

Neste ano, o volume financiado pelo BNDES deve chegar a R$ 157 bilhões. O valor foi comentado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou ser quase quatro vezes os R$ 40 bilhões liberados em 2004.Segundo Lula, esses dados foram apresentados a ele nesta semana por Coutinho, que tem falado em um valor entre R$ 120 bilhões e R$ 130 bilhões. Em seu já tradicional discurso em defesa dos bancos públicos ele defendeu o papel do Estado na economia. "Tenho orgulho quando leio na imprensa que sou defensor do Estado. A crise provou que o Estado tem que ser sólido."

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