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Os credores deram um ultimato à Grécia nesta quinta-feira (25) para refazer sua proposta e evitar um calote que pode aumentar as chances de o país deixar a zona do euro.

Uma reunião ocorreu nesta manhã em Bruxelas entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e os dois credores, FMI (Fundo Monetário Internacional) e BCE (Banco Central Europeu).

Segundo o jornal Financial Times, o governo grego recebeu um prazo para apresentar uma nova oferta antes do encontro dos ministros de Finanças da zona do euro, marcado para as 13h (8h, horário de Brasília).

Grécia não aceita novas exigências e acordo emperra

Governo grego tem até a próxima terça-feira para pagar dívida com credores e evitar calote. Negociações seguem hoje

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A Grécia precisa pagar até terça-feira (30) uma dívida de 1,6 bilhão de euros com o FMI. Para quitá-la, tenta desbloquear 7,2 bilhões de euros, a última parte do socorro de 240 bilhões de euros recebido do FMI e BCE desde 2010.

O governo fez uma proposta de ajuste fiscal de 7,9 bilhões de euros até 2016 para receber a verba. Os credores não aceitaram totalmente a oferta e apresentaram uma contraproposta, rejeitada por Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza.

Espera-se uma solução nesta quinta, quando outros líderes estarão na Bélgica para o primeiro de dois dias de cúpula da União Europeia, convocada para discutir outros temas.

O efeito do calote no FMI seria imediato. Com o bloqueio dos 7,2 bilhões de euros, a Grécia não pagaria sua dívida e ficaria pela primeira vez sem ajuda externa desde a crise de 2010, aumentando o risco de deixar a zona do euro.

FMI e BCE exigiram mais recolhimento de imposto e endurecimento na reforma previdenciária. Cobraram ainda que parte das medidas passe a valer a partir de julho, logo após expirar o prazo da dívida grega.

Sem saída

Tsipras alega que precisa de tempo para votá-las no Parlamento, até porque membros do seu partido, o Syriza, e do aliado de coalizão, os Gregos Independentes, têm se mostrado resistentes a determinados pontos. Pela oferta de Atenas, as principais medidas teriam força a partir de outubro.

Na sua reforma previdenciária, a Grécia sugeriu um limite de 67 anos para quem se aposentar em 2025. Os credores querem que esse prazo seja 2022 e que o país suba de 0,4% para 1% do PIB a arrecadação em 2015 com as mudanças no setor. FMI e BCE pedem também que a receita com a reforma do IVA, o imposto sobre valor agregado, seja de 1% do PIB e não 0,74%, como quer Atenas. Solicitaram que o governo dobre a promessa de cortar 200 milhões de euros os gastos com Defesa.

Com o calote, os bancos gregos teriam de conter saques – pelo menos 5 bilhões de euros foram retirados na semana passada. Em resposta para dar uma sobrevida, o BCE aumentou a margem de assistência de liquidez de emergência ao bancos gregos. Discute-se já a possibilidade de o governo ter de impor um controle de saques, uma medida impopular para um partido eleito em janeiro com o discurso contra medidas de austeridade adotadas pelos governo anteriores, de centro-direita.

A Grécia cresceu 0,8% em 2014, mas o desemprego continua o maior da Europa (25%), a dívida pública ronda 175% do PIB (era 129% em 2009) e a economia encolheu 25% em cinco anos.

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