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O lançamento do Windows Phone 7 contou com show da cantora Katy Perry, em novembro de 2010. Agora, a Nokia anunciou que passará a usar oWindows 7 | Microsoft/Divulgação
O lançamento do Windows Phone 7 contou com show da cantora Katy Perry, em novembro de 2010. Agora, a Nokia anunciou que passará a usar oWindows 7| Foto: Microsoft/Divulgação
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O presidente-executivo da Mi­­crosoft, Steve Ballmer, definiu o atual momento da indústria de mobilidade ao dizer, em sua palestra no Mobile World Con­­gress, que "a batalha dos smartphones virou a guerra dos sistemas operacionais". En­­quan­­to a disputa pelos usuários móveis se resumia a lançamentos de cópias do iPhone, a Ap­­ple garantia nocaute atrás de nocaute. Os concorrentes pareciam não entender que o design do aparelho lançado em 2007, mesmo que tivesse a sua parte no sucesso, era só a moldura para a verdadeira revolução: a plataforma que vinha escondida ali dentro. Com um ecossistema de aplicativos de todo tipo, foi ela quem transformou o celular, antes mera máquina de fazer ligações com despertador, em dispositivo múltiplo e inteligente.

Só dois anos depois a briga começaria a ficar um pouco mais difícil para a Apple, quando o Google repensou a ideia ori­­ginal e apresentou o An­­droid, inovador à sua maneira. Podendo ser livremente alterada, a plataforma ganhou espaço em smartphones – e agora tablets – de muitas marcas boas de hardware que ficavam devendo no software.

Crescimento fulminante que pôde ser comprovado no próprio Mobile World Con­­gress, onde o Android era o único a merecer o seu próprio pavilhão, que, mesmo sendo o maior, ficou espremido pelo tanto de companhias que usam o produto do Google nos seus próprios aparelhos – Sam­­sung, LG, Motorola, Qual­­comm, Sony Ericsson, Acer, só para ficar nas mais notáveis. Eric Schmidt, ainda CEO do Google, fez questão de dar o número exato: são 107 aparelhos rodando Android.

E eles não param de se replicar. A HTC, coautora do fracasso Nexus One, com o Google, anunciou cinco celulares e um tablet, Androids todos eles. A Samsung, que vendeu 10 mi­­lhões de unidades do smartphone Galaxy S, lançou com estardalhaço a sua nova geração, o Galaxy 2, com a atualização Gingerbread do Android, além de mostrar o Galaxy Tab 2, que rodará a versão Honey­­comb do sistema do Google, criada para melhorar a interface e o uso de tablets.

O evento também viu nascer a primeira geração de Androids para atividades específicas, caso do Sony Ericsson Xperia Play (ou "PSP Phone"), cruzamento de celular e videogame portátil; e do LG Optimus 3D, smartphone que veicula conteúdo 3D sem necessidade de óculos especiais.

Por outro lado, a App Store, da Apple, é maior e mais rentável que o Android Market. Ainda há muito mais aplicativos gratuitos do que pagos no Android, mas as opções cobradas crescem rapidamente, o que é crucial para atrair desenvolvedores, antes contrariados com o pacote de programação do Google, que faria os apps ro­­da­­rem apenas em certos ­­apa­­relhos. "Ficamos impressionados em ver como a Apple monetizou os aplicativos e criamos um sistema semelhante", admitiu Schmidt, que, com falsa modéstia de executivo muito bem treinado, adicionou um "se eu estiver enganado, me corrijam, por favor" antes de dizer que o Android era a tendência móvel que cresce mais rapidamente. O número de apps no Android Market aumentou 127% desde agosto de 2010 e, se seguir nesse ritmo, ultrapassa o iOS em 2012, segundo relatório divulgado na quinta-feira da semana passada.

Retardatário

Ainda inexpressivo, mas po­­tencialmente enorme, o Win­­dows Phone, anunciado em 2010, quer desafiar o dualismo. E pode conseguir espaço devido à parceria com a Nokia. Ex-líder que agoniza no mundo dos smartphones, a companhia finlandesa abandonou o seu próprio sistema (Symbian), fingiu ter esquecido que estava desenvolvendo outro com a Intel (MeeGo), rejeitou as investidas do Google e equipará toda a sua linha com o Windows Phone a partir de 2012. A dúvida é se há espaço para uma terceira via.

A Apple, que nem foi a Bar­­celona, deu seu jeito de se fazer lembrada, seja pelos rumores de um iPad 2 e de um iPhone mais acessível, seja pela notícia de que virou a maior fabricante de computadores pessoais do mundo graças a seu tablet, que acaba de completar um ano e, mais uma vez, ajudou a redefinir um nicho do mercado. Como no caso do iPhone, a em­­presa do agora licenciado Steve Jobs ainda pode desfrutar de seu pioneirismo e ver de longe como os rivais variam em cima do tema que criou.

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