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Veja a evolução da taxa básica (Selic) e as expectativas do mercado |
Veja a evolução da taxa básica (Selic) e as expectativas do mercado| Foto:

Câmbio

Mantega fala em conter alta do real

Ao criticar o que chamou de política de desvalorização do dólar, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo já adotou algumas medidas para conter a valorização do real – como Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para capital estrangeiro e compra de excesso de dólares da economia – e pode vir adotar novas medidas caso seja necessário, sem especificar que medidas poderiam ser.

Mantega disse também que durante sua passagem por Washington para os encontros realizados na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), ele falou diretamente com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, e o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, sobre o problema da desvalorização do dólar. "Falei para o Geithner e o Bernanke que eles estão causando um problema mundial", afirmou o ministro.

Declarações dadas no domingo pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, levaram diversos analistas do mercado financeiro a apostar em uma alta de 0,75 ponto porcentual nos juros básicos da economia amanhã, quando termina a reunião de dois dias do Comitê de Política Mone­tária (Copom).Até a semana passada, conforme revelou ontem a pesquisa Focus do BC, que capta a expectativa de cerca de cem instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos, o mercado apostava em alta de 0,50 ponto. Até então, o mercado acreditava que o juro subiria de 8,75% para 9,25% ao ano. E, pela segunda semana consecutiva, os analistas elevaram a projeção de alta dos juros em dezembro de 11,50% para 11,75% ao ano. A previsão para o crescimento da economia também subiu de 5,8% para 6% e, para o IPCA, de 5,32% para 5,41%.

A pesquisa do BC não captou, porém, a declaração dada no domingo pelo presidente da instituição em entrevista à agência de notícias Dow Jones. No texto, Meirelles alertou o mercado a não tentar encontrar "sinais" sobre a magnitude de uma eventual alta de juro nos relatórios e atas divulgados anteriormente pelo BC. "A mensagem que eu daria aos players é de que não tentem ler nas entrelinhas do que o Banco Central disse nas atas ou no relatório de inflação (e tentem encontrar) um sinal dado por um membro ou por outro. Não há sinais", disse Meirelles à Dow Jones, em evento realizado em Washington. Meirelles bem que tentou, mas sua declaração levou o mercado a decifrá-la, nas entrelinhas. Isso, aliado ao ajuste de posições às vésperas da decisão do Copom, fizeram com que os juros futuros começassem a semana em forte alta.

Depois do vaivém das apostas nas últimas semanas, os analistas dão como certa a alta de 0,50 ponto e dizem que aumentaram as chances de alta de 0,75 ponto porcentual para a Selic em abril. Essa, pelo menos, é aposta majoritária na curva de juros que apareceu ontem entre os profissionais nas mesas de renda fixa, que lidam no dia a dia com o estabelecimento dos juros futuros. Uma vez que os documentos recentes do Copom levaram à leitura de que o BC começaria o processo de aperto na taxa básica com um avanço de 0,5 ponto, os investidores viram nas palavras de domingo sinais de que o plano de voo original possa estar sendo abandonado em prol de uma elevação mais forte.

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