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O terceiro trimestre deste ano foi bastante positivo para a economia real do Paraná. A consultoria KPMG registrou 53 fusões e aquisições envolvendo empresas paranaenses ou companhias de fora com atuação dentro do estado. O valor é cinco vezes superior ao do mesmo período de 2006, quando apenas 10 operações semelhantes ocorreram. Em todo o ano passado, foram 41 fusões e aquisições relacionadas com o Paraná. Apenas nos primeiros nove meses de 2007, esse número já foi superado com folga: 80 operações, conforme o relatório da KPMG divulgado ontem.

De acordo com o responsável pelo estudo, Cláudio Ramos, sócio de Corporate Finance da KPMG, são contabilizados os negócios anunciados. Mesmo que a transação não ocorra efetivamente, ela entra no balanço. "Apenas desconsideramos caso o anúncio e a desistência ocorram no mesmo trimestre", explica. Por causa disso, negociações que ainda estão em curso no Paraná foram consideradas como operações de fusões ou aquisições, como por exemplo a venda das emissoras do Grupo Paulo Pimentel para o Grupo Massa, do apresentador de tevê Carlos Massa.

O Paraná apresentou um bom desempenho principalmente por causa das aquisições feitas por empresas nacionais ou multinacionais. Os negócios no trimestre atingiram o recorde de 237 operações em todo o Brasil, contra 113 no período de julho a setembro de 2006. "Foi o trimestre mais aquecido desde que iniciamos o levantamento, no início dos anos 90", diz Ramos. Entre janeiro e setembro de 2007, foram 531 fusões ou aquisições no país, uma alta de 55,2% sobre o mesmo período de 2006.

Ramos diz que o resultado do trimestre foi surpreendente, mostrando que a economia real do Brasil não foi atingida pela crise do crédito dos Estados Unidos. "Pode ser que o volume de negócios tivesse sido ainda maior caso a crise não tivesse ocorrido. Mas podemos dizer que passamos ao largo da crise. Nem mesmo o setor financeiro sofreu prejuízos, muito menos as operações de fusões e aquisições, que estão ligadas à economia real."

Um dos fatores que contribuiu para o aumento do número de aquisições, segundo Ramos, foi o grande número de lançamentos iniciais de ações. "As companhias conseguiram captar recursos significativos e deixaram de ser alvo de aquisições, pois estavam capitalizadas. Agora entramos em outra fase, na qual essas companhias foram às compras." Pelo levantamento da KPMG, houve elevação importante no número de aquisições domésticas.

Os setores que mais se destacaram em número de fusões e aquisições no terceiro trimestre foram o imobiliário, com 27 operações; agências de publicidade e propaganda (20); alimentação, bebidas e cigarros (20); tecnologia de informação (16); e shoppings centers (16). "Os números mostram que há uma exuberância no mercado de fusões e aquisições e a expectativa para o futuro é muito positiva. Atingimos um novo patamar", avalia Ramos.

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