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O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta quinta-feira (17) que o Brasil deve encerrar 2013 com um crescimento "modesto".

Segundo ele, "2013 não foi um ano fácil para ninguém, para nenhum país". "É o segundo pior ano [para a economia mundial] e perde apenas para 2009. Essa projeção é do Fundo Monetário Internacional, mas acreditamos que no ano que vem teremos o início da recuperação mundial e quem sabe fim dessa crise que durou cinco anos", disse o ministro.

Mantega destacou, porém, que a reação, ainda que provisória, nos Estados Unidos, "abre caminho para que a recuperação que está se ensaiando no mundo possa se verificar".

A reação seria provisória, porque, de acordo com Mantega, a potência norte-americana ainda terá de enfrentar "novos capítulos de seu conflito orçamentário.

"No segundo semestre há um crescimento moderado nos Estados Unidos, sinais de recuperação na Europa, os países emergentes -que foram afetados e desaceleraram fortemente- agora também dão sinais de recuperação", completou.

Inflação

O ministro frisou que o desenvolvimento da economia brasileira está "indo razoavelmente bem", ao comparar com o desempenho dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Segundo ele, o país estaria atrás apenas da China, em termos de crescimento.

"Se a economia mundial melhorar poderemos potencializar ainda mais esse crescimento", disse. "O que mais cresce no Brasil é o investimento. É ele que está puxando a economia brasileira em 2013. A produção de bens de capital cresce 11%, 12% ao mês. É um resultado muito importante", afirmou.

Para o ministro, o mercado consumidor "que no primeiro trimestre do ano sofreu um pouco com aumento da inflação" está agora em um momento de "franca recuperação".

Mantega ainda diz que o consumo deve mostrar um resultado melhor assim que o crédito estiver mais acessível ao consumidor.

"Houve uma nítida recuperação do consumo, apesar do crédito estar ainda escasso. Contido. A inflação foi contida, com isso houve aumento do poder de compra da população e a inadimplência está caindo".

"A situação financeira da família brasileira está melhorando e ela poderá ter novos créditos assim que o mercado se abrir um pouco para o financiamento".

Guido Mantega ressaltou que a inflação no Brasil está "sob controle" e que "há dez anos não ultrapassa as metas estabelecidas".

"Tivemos nos últimos dez anos o período de inflação mais baixo dos últimos 60 anos, 80 anos, nem me lembro mais", disse. "Não ultrapassamos o ponto superior da meta. Diferentemente do que havia antes, quando a meta vinha sendo superada na maior parte do tempo".

Para o ministro, a política de controle da inflação será mantida "indefinidamente", por ser uma das "coisas mais importantes para a pop brasileira".

O ministro também enumerou qualidades do Brasil frente à política de solidez fiscal, resultados primários, a adoção de uma política anticíclica, queda do deficit nominal e redução da dívida líquida e a política de câmbio flutuante e reservas mantidas pelo governo.

"A dívida bruta, que é representada em boa parte pela compra de reservas e empréstimos de recursos do Tesouro para o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], subiu mas está estabilizada entre 58% e 60% do PIB [Produto Interno Bruto].

Para Mantega, essa dívida irá parar de crescer e, assim que houver devolução dos créditos ao BNDES, "ela vai começar a cair".

"Se nós compararmos com outros países, o Brasil está em situação muito mais confortável que países que aumentaram sua dívida bruta e liquida".

Futuro

Para o próximo ano, o ministro fez uma projeção de que os investimentos devem seguir uma trajetória de crescimento.

Ele citou que parte das obras que o governo decidiu licitar já estará "leiloada e produzindo investimentos" em 2014.

O ministro disse também que o leilão do pré-sal também trará um ganho importante para o país. Com o leilão de Libra, entrará um volume "muito importante de investimentos" já a partir do próximo ano.

"Finalmente, vamos elevar taxa de investimentos sobre o PIB, que está em 18%, para 24% na próxima década. Se não houvesse esse investimento seria em trajetória mais modesta.

Queremos chegar a 2022 em 24% do PIB. É claro que isso depende das concessões e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

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