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O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que o crescimento do PIB em 2009, que será divulgado hoje pelo IBGE, deve ficar perto de zero. O ministro, no entanto, tentou amenizar o resultado ruim afirmando "que isso é uma coisa velha, de museu". "Vou saber só para efeito estatístico", afirmou, ao chegar ao Ministério da Fazenda para uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Bernardo disse também que, embora a projeção oficial do governo seja de 5,2% para o crescimento do PIB em 2010, ele acredita que a expansão poderá chegar a 6%. Ele lembrou que já há analistas de mercado fazendo essa projeção. Bernardo ressaltou também que, quanto menor o resultado de 2009, mais favorável será a base de crescimento para 2010.

O ministro informou, entretanto, que no relatório e programação orçamentária, que será encaminhado ao Congresso até o dia 20, o governo manterá a estimativa de 5,2%, mas afirmou que nos próximos relatórios (bimestrais) o número pode ser revisto. "Poderíamos fazer uma previsão mais otimista, mas como ainda estamos no começo do ano, ainda não temos uma base sólida. Em mais dois meses, já teremos condições de fazer uma previsão mais sólida."

A reunião dos dois ministros ontem era justamente para discutir este relatório, que deve ser apresentado ao presidente Lula ainda hoje. Paulo Bernardo antecipou que será necessário fazer cortes no Orçamento, mas ele não quis antecipar valores.

Cenário

Na edição de fevereiro do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, o Ministério da Fazenda diz que a economia brasileira cresce em ritmo acelerado, mas "sustentável", sem sinais de inflação por excesso de demanda e com o Índice de Preços ao Con­sumidor Amplo (IPCA) devendo fechar 2010 "próximo de 4,5%". O documento repete diversas vezes que o crescimento do país ocorre "sem pressões inflacionárias" – um recado ao Banco Central de que não é necessário subir a taxa básica de juros (Selic) na semana que vem.

A Fazenda ressalta ainda que, sem o item educação, que tradicionalmente sobe no início do ano, o IPCA de fevereiro teria tido alta de 0,46% e não de 0,78%. "O primeiro bimestre de 2010 foi fortemente impactado por pressões inflacionárias advindas de reajustes em educação, açúcar e álcool, tarifas públicas e alimentos in natura", explica o texto.

Ao analisar a atividade econômica, o ministério de Guido Mantega afirma que a recuperação da crise se dá no formato de V, ou seja, uma queda seguida de rápida retomada.

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