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Crescimento lento faz empresas quererem mais profissionais que tragam resultados
| Foto: Pixabay

O lento crescimento da economia brasileira - 0,7% no comparativo entre os primeiros semestres de 2018 e 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - está influenciando no perfil das contratações. Ganham espaço profissionais dedicados a campanhas promocionais, análise da concorrência e gestão de produtos para as áreas comercial, imobiliária e de saúde, especialistas  em tecnologia, tributários, contábeis e financeiras.

E a tendência é de que este cenário continue nos próximos meses, devido às perspectivas para a economia brasileira. O último Relatório Focus, pesquisa realizada pelo Banco Central (BC), projeta uma expansão de 0,87% no PIB.

Segundo o PageGroup, as empresas estão extremamente preocupadas em ocupar seu espaço no mercado. “A busca pela melhoria passa pela contratação de profissionais que abram novas fontes de negócios ou estabeleçam novos canais”, diz o gerente Thiago Gaudêncio.

Angelina Vinci, gerente de RH da Luandre Soluções em RH, afirma que isto decorre de características que as empresas estão priorizando em seu dia a dia, como a otimização de custos e o foco em resultados. “As empresas estão à procura de gente que traga uma performance melhor.”

E para isso, de acordo com Gaudêncio, do PageGroup, uma das características que mais está sendo levada em conta na hora da contratação é a inteligência emocional. “É mais relevante que a experiência técnica."

Gaudêncio aponta que a característica que mais está contando na hora da contratação é a inteligência emocional. “É mais relevante do que a experiência técnica.”

A modernização das empresas e o corte de níveis hierárquicos, registrado durante a crise de 2015-6, também fez com que as empresas passassem a procurar mais profissionais com capacidade de autogestão, aponta o diretor da Robert Half, Lucas Nogueira. “Procura-se profissionais com mentalidade de dono. Quem não se adequar a essa nova realidade, está fora do mercado.”

Os recrutadores também estão percebendo maior preocupação dos candidatos: “eles estão dando mais ênfase à qualificação, buscam adquirir novas habilidades e atualizar seus conhecimentos”, diz Angelina, da Luandre.

As surpresas do primeiro semestre

Dois segmentos surpreenderam no primeiro semestre: saúde e imobiliário. Gaudêncio cita que o portfólio de serviços na área de saúde vem crescendo, com foco no diagnóstico. Outro fator é o aumento na expectativa de vida da população. Pesquisa do IBGE mostra que em 1980, uma pessoa de 50 anos tinha expectativa de viver mais 23,6 anos. Em 2017, 30,5 anos.

“Isto faz com que a demanda por serviços de saúde cresça.”

A recuperação vista no segmento da construção civil, que cresceu 2,0% no segundo trimestre, segundo o IBGE, se refletiu no mercado de trabalho do setor. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontam para um surgimento de 57,6 mil vagas nos seis primeiros meses do ano, 35,6% a mais do que no mesmo período de 2018.

“O número de lançamentos e de novos empreendimentos é maior do que em outros anos e o setor se ressente do forte volume de demissões feito durante a crise.” Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no primeiro semestre, o número de lançamentos no país cresceu 15,4%.

Oportunidades

Um segmento que deve ter boas oportunidades nos próximos meses é o de tecnologia da informação. E o executivo do PageGroup diz que não são só as startups que buscarão mais gente. “As contratações deverão acontecer em todo o ecossistema que orbita em torno da TI. As empresas estão investindo na busca pela automatização e por maior produtividade.

E com a reação da economia podem surgir novas oportunidades para profissionais da engenharia, especialmente na área elétrica, aponta Nogueira, da Robert Half. A expectativa, segundo instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central, é de que a economia cresça, a partir de 2020, a um ritmo superior a 2,1% ao ano.

Ele destaca que o maior número de oportunidades vai ser para os profissionais mais qualificados, que também devem se beneficiar das formas de trabalho regulamentadas pela reforma trabalhista de 2017.

“As relações de trabalho estão mudando e vai se abrir um novo leque de oportunidades”, ressalta o executivo da Robert Half. Uma das possibilidades citadas por ele é o aumento de contratações temporárias de profissionais em áreas estratégicas, como diretorias, gerências e supervisões.

Outra é o aumento na contratação de profissionais especializados de forma intermitente: “Um auditor, por exemplo, poderia trabalhar um dia da semana em uma empresa; dois em outra.”

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