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Geração de empregos formais deste ano foi a mais rápida já registrada no Brasil, segundo o Caged |
Geração de empregos formais deste ano foi a mais rápida já registrada no Brasil, segundo o Caged| Foto:

Análise

Renda cria ciclo que se realimenta

Para o coordenador de Estudos de Mercado de Trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Lauro Ramos, é provável que o Brasil esteja vivendo um ciclo virtuoso em que o mercado de trabalho realimenta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O especialista lembra que o mercado de trabalho, pela alta da massa salarial, influiu para a expansão de 4,1% do consumo das famílias em 2009 ante 2008. Este foi o principal componente positivo do PIB e impediu uma queda maior que a de 0,2% no ano passado. "Agora, mantém-se esse pilar (consumo das famílias) e reforçam-se outros pilares como exportações e indústria. Isso dá a ideia de realimentação positiva. O mercado de trabalho sustentou o PIB, agora o PIB cresce, aumenta a demanda agregada, que rebate no mercado de trabalho", afirma Ramos.

Agência Estado

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A geração de empregos bateu no primeiro trimestre um recorde histórico para o período: foram abertas mais de 657 mil vagas no país. O dado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Tra­balho, se refere a postos de trabalho formais e reforça a impressão de que o ritmo de crescimento da economia está forte. Em março, foram contratadas 266 mil pessoas no país, o maior número já registrado para o mês.No Paraná, o ritmo de abertura de vagas também está forte, mas não chega a ser recorde. Em março, foram abertos mais de 23 mil postos de trabalho no estado, enquanto no primeiro trimestre o saldo acumulado é de 50 mil empregos. Esses números são inferiores apenas aos vistos em 2008, segundo o Caged. No trimestre, a maior parte das vagas (56%) apareceu em cidades do interior, e a criação de postos foi puxada pelo setor de serviços, com 19 mil contratações, e pela indústria, com 17 mil novos empregados – o que mostra a recuperação do setor depois de meses de lentidão provocada pela crise."Toda a cadeia produtiva está reagindo muito bem e vai continuar reagindo. No ano passado, dependíamos mais do mercado interno, mas agora a reação foi mais forte do setor de exportação", disse o Ministro do Tra­balho, Carlos Lupi, que prevê a criação líquida de 340 mil a 360 mil vagas em abril, o que seria o melhor resultado para toda a série histórica. "Vamos viver o melhor abril, o melhor semestre e o melhor ano da geração de empregos", prevê.O desempenho do mercado de trabalho reforça as previsões de que a economia brasileira terá um crescimento forte em 2010. O Banco Central projeta uma expansão de 5,8%, enquanto o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aposta em algo entre 5,5% e 6,5%. Alguns analistas, como os economistas do JP Morgan, já falam em crescimento perto de 7% no ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que fica satisfeito com um desempenho entre 5,5% e 6%, e calcula que o desemprego no Brasil, hoje em 7,4%, ficará abaixo de 7% em dezembro.

Desempenho

Todos os 25 subsetores de atividade avaliados pelo Ministério do Trabalho apresentaram aumento do nível de emprego no mês passado. Destes, 15 apresentaram números recordes. Em números absolutos, os destaques ficaram com os segmentos de serviços, indústria, construção civil e comércio. O setor de serviços, além de registrar a maior geração de empregos para o mês (106 mil postos de trabalho) também apresentou o segundo resultado para todos os meses da série histórica.

A indústria exibiu aumento de empregos recorde pelo terceiro mês consecutivo, gerando, em março, 72 mil vagas. A construção civil foi responsável pela criação de 38 mil vagas líquidas, também o terceiro recorde consecutivo. "A indústria de transformação, mesmo não sendo a maior, que foi a de serviços, mostrou muita pujança nos primeiros três meses do ano", considerou Lupi. O ministro também detectou uma retomada dos empregos nas empresas voltadas para exportação, citando áreas como as de calçados, têxtil e metalurgia. A indústria têxtil, por exemplo, criou 11,4 mil postos em março, enquanto a metalúrgica criou 10,1 mil postos.

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