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Petroleira diz que dinheiro da venda de blocos garante compromissos

A OGX informou ontem, após questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que, apesar da recente injeção de US$ 449 milhões que fez na OSX, terá recursos para honrar seus compromissos no médio prazo. "A perspectiva do recebimento do valor devido pela cessão de uma participação de 40% nos Blocos BM-C-39 e BM-C-40 tem condições de assegurar recursos necessários para que possa honrar com os seus compromissos de médio prazo", afirmou a petroleira, em nota. Segundo fato relevante de maio, a operação renderá US$ 850 milhões. A OGX afirmou ainda que, se for necessário, a companhia poderá receber a opção de aporte de seu acionista controlador, Eike Batista, de até US$ 1 bilhão.

Dívidas

Cinco bancos, entre eles BNDES e Caixa, são os principais credores

A exposição das empresas X está concentrada em cinco bancos, segundo relatório do Bank of America Merril Lynch. Os estatais BNDES e Caixa Econômica Federal estão entre os principais, com débitos de R$ 4,888 bilhões (de um total de R$ 10,4 bilhões contratados) e R$ 1,392 bilhões, respectivamente. Em seguida, estão os privados Bradesco, Itaú Unibanco e BTG Pactual. Juntos, os bancos somam exposição de mais de R$ 9,4 bilhões às empresas do grupo X. Segundo a consultoria Economatica, as quedas no preço dos papéis das empresas de Eike Batista representam 21,6% na queda total do Índice Bovespa. No primeiro semestre de 2013, esse índice registrou uma baixa de 23,1%. Sem as empresas do Grupo EBX, essa queda seria de 18,1%.

Entre os analistas de mercado e especialistas do setor de petróleo e gás há uma preocupação de que a crise na petrolífera OGX, companhia com situação mais grave, atinja as outras empresas do grupo de Eike Batista. Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o mercado financeiro observa o "mundo X" como um único bloco, principalmente pela liderança centralizadora de Eike. Ainda segundo Pires, "há um receio de que uma empresa que tenha bom desempenho seja usada para recuperar outra que esteja em crise". Assim, a queda das ações da OGX poderia "contaminar" as outras empresas.

Pontal do Paraná

No Paraná, o braço nacional da empresa de engenharia marítima italiana Techint investiu, em 2012, R$ 300 milhões na retomada de seu canteiro de obras em Pontal do Paraná, motivada por um contrato de R$ 1 bilhão com a OSX. Segundo o acordo, a Techint construirá duas plataformas fixas de petróleo que serão usadas pela OGX para exploração na Bacia de Campos.

Em nota oficial, a Techint afirmou que a crise enfrentada pela petrolífera de Eike Batista não interferiu na construção das plataformas e não afetou o contrato com a OSX, que segue mantido. Atualmente, mais de dois mil funcionários trabalham na unidade de Pontal do Paraná.

Segundo Marcelo Colomer Ferraro, especialista em Petróleo e Gás da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a OGX garantiu que os contratos com a OSX serão respeitados. "Esse mercado de equipamentos para a área de petróleo e gás está muito aquecido no mundo. Acho que não haveria dificuldade de vender as plataformas no mercado, caso elas não sejam destinadas a OGX. A dúvida é se a OSX terá condições de manter o custeio do projeto das plataformas", disse Ferraro.

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