A crise da Volksvagem deve provocar demissões no restante da cadeia produtiva automobilística do Paraná, na mesma proporção daquelas anunciadas pela montadora, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Benedito Kubrusly. Nesta segunda-feira, durante reunião do Conselho de Política Automotiva do Paraná, Kubrusly disse que o setor sairá prejudicado não só por conta do vácuo na demanda de peças com a redução da produção da Volks. A indústria de autopeças também foi atingida pela desvalorização do dólar, diz o presidente, que não descarta a possibilidade de fechamentos de fábricas no estado. A reunião foi convocada pelo governo estadual para discutir as implicações dos problemas da Volkswagen no estado.
"Ninguém gosta de demitir, até porque custa muito caro fazer isso no Brasil. Mas não se trata de uma questão ideológica, e sim prática", afirma Kubruly. O sindicato ainda não tem estimativa de quantos postos de trabalho podem ser fechados. Também convocado a participar da reunião, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Paraná, Sérgio Butka, voltou a afirmar que a entidade não vai admitir demissões. Ele diz que a Volks informou que pretende demitir, até 2008, 1,4 mil funcionários da fábrica instalada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. sendo que 946 ainda este ano. A montadora, no entanto, não confirma as afirmações do presidente.
O sindicato propõe a redução da jornada de trabalho ou mesmo a diminuição de salários. "Mas a Volks não trouxe nenhuma novidade para a reunião. Nenhum dado que já não tenha sido divulgado."
O presidente do conselho, Mário Lobo, reafirmou que o estado pode rever os incentivos dados à empresa para sua instalação no Paraná em 1999. "Existe essa possibilidade, mas não é o provável." A representante para assuntos governamentais da Volkswagem do Brasil, Elisabeth Carvalhaes, apenas reafirmou que a empresa pretende readequar seus volumes de produção. "O cálculo é bastante simples. As receitas de exportação aferidas hoje não estão pagando os custos de produção."
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