• Carregando...

Rio de Janeiro - A crise global ajudou a deixar mais barato um dos pratos tradicionais na mesa do consumidor brasileiro. Nos últimos três meses os preços de arroz e feijão registraram as três mais intensas quedas de preços dos últimos 12 anos, graças a uma melhor oferta no mercado interno. Isso porque, com o comércio internacional desaquecido, houve um recuo nas exportações de arroz, que conduziu ao deslocamento das vendas externas deste produto para o consumo brasileiro. O aumento na quantidade ofertada ajudou a derrubar preços no mercado interno.

Levantamento da Funda­ção Getúlio Vargas (FGV) mostra que no varejo os preços de arroz e feijão juntos acumulam queda de 25,19% em 12 meses até agosto, a terceira mais intensa desde 1997.

O desempenho do mês passado só não bateu o recorde negativo referente a julho deste ano, quando o preço de arroz e feijão já tinha acumulado recuo de 26,20% em 12 meses, o mais forte em 12 anos; e a queda até junho, quando a deflação de preços nestes dois produtos foi de 25,26%, também no período acumulado em 12 meses.

Responsável pelo levantamento, o economista da FGV André Braz comentou que, além do deslocamento de exportações de arroz para consumo no Brasil, o mercado interno brasileiro também é abastecido com a produção de arroz de outros países do Mercosul, o que ajuda a elevar mais ainda a oferta do produto no país, derrubando os preços. Mas o feijão não é tão influenciado pelo mercado externo quanto o arroz. "O feijão produzido no Brasil é consumido aqui. Pouco é exportado e pouco é importado, então aposto em colheitas satisfatórias que tornaram a oferta do produto abundante e seus preços em queda", afirmou.

A queda brusca nos preços de arroz e de feijão não ocorreu somente no varejo. O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, afirmou que, no atacado, o preço do feijão acumula quedas de 30,15% no ano até agosto; e de 41,99% em 12 meses. Já o preço do arroz em casca acumula taxas negativas de preços de 27,17% no ano e de 27,25% em 12 meses, também até agosto.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]