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“Isso é um assalto”, gritavam manifestantes em Madri, alegando não serem culpados pela crise | Sergio Perez/Reuters
“Isso é um assalto”, gritavam manifestantes em Madri, alegando não serem culpados pela crise| Foto: Sergio Perez/Reuters

Análise de risco

Moody’s rebaixa nota de 13 bancos italianos alegando fragilidade

AFP

A agência classificadora Moody’s reduziu ontem a nota de 13 bancos italianos, citando como justificativa a fragilidade do perfil creditício do governo da Itália, depois de cortar a classificação de sua dívida na semana passada. "A redução da nota da dívida de longo prazo da Itália (em dois escalões na quinta-feira passada) implica um aumento do risco de o governo não conseguir oferecer apoio financeiro a seus bancos em grandes dificuldades financeiras", disse a agência em um comunicado.

As classificações dos bancos foram reduzidas em um ou dois níveis, com Unicredit e Intesa Sanpaolo caindo ambos de A3 para Baa2. Segundo a Moody’s, os bancos normalmente não desfrutam de uma classificação maior que a de um governo "devido a múltiplos canais de exposição comum e contágio". A agência havia reduzido na quinta-feira passada a nota da Itália em dois escalões, de A3 a Baa2, e manteve a perspectiva negativa devido à deterioração da situação na zona do euro.

Em mais um dia de protestos na Espanha, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu ontem que o país continuará em recessão no ano que vem, e que seu Produto Interno Bruto (PIB) vai retroceder 0,6%. Centenas de funcionários públicos, entre bombeiros, policiais e enfermeiros, marchavam ontem em Madri, contra o drástico plano de austeridade do governo.

Se as previsões do FMI se cumprirem, as "turbulências" econômicas vão se intensificar na Espanha, apesar da solicitação de ajuda à União Europeia (UE) para seus bancos. O governo espanhol anunciou na semana passada estar fazendo ajustes para economizar até 65 bilhões de euros.

Contudo, em seu novo relatório, o FMI estima que a recessão neste ano será menos severa que a prevista anteriormente (-1,5%, contra -1,8% de contração do PIB previsto em abril). Para 2013, o índice recuou 0,6% (contra uma queda de 0,1% prevista em abril).

"A turbulência nos mercados tem se acelerado na Espanha devido a novas preocupações quanto a seu sistema financeiro e pelas possíveis implicações orçamentárias", disse o FMI, que faz um alerta particular sobre problemas no setor bancário do país.

Em 8 de julho, a União Europeia acordou um plano de ajuda de até 100 bilhões de euros para os bancos espanhóis, asfixiados desde a bolha imobiliária local de 2008.

"O principal risco é óbvio: que o círculo vicioso de Espanha e Itália volte mais forte, que a produção baixe ainda mais, que alguns países percam seu acesso aos mercados financeiros", disse durante coletiva de imprensa o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard.

Madri não solicitou ainda ajuda do FMI para suas finanças públicas, mas o fundo, que obteve um papel de supervisão do plano europeu, formulou no mês passado algumas recomendações, como uma alta imediata do IVA e uma diminuição dos salários dos funcionários públicos.

As medidas anunciadas na quarta-feira passada pelo presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, atendem a esses pedidos e incluem uma alta do IVA de 18 a 21% e uma reforma da administração. O FMI reconheceu na semana passada que esses ajustes seriam "difíceis", mas que eram "passos na direção correta", conforme afirmou seu porta-voz, Gerry Rice.

A UE acordou conceder um ano mais, até 2014, à Espanha para que reduza seu déficit público para menos de 3% do PIB. Contudo, em troca, pediram a Madri um plano de ajustes para reduzir o déficit a 6,3% do PIB neste ano, a 4,5% em 2013 e a 2,8% em 2014.

As ações europeias fecharam ontem em alta, impulsionadas pelos ganhos das ações da SEB e do Danske Bank. Os volume de negócios foram relativamente fracos, logo abaixo de dois terços da média de 90 dias, com investidores relutantes em tomar grandes posições antes do testemunho nesta semana do chairman do Federal Reserve (banco central norte-americano), Ben Bernanke, que pode trazer pistas sobre chances de mais estímulos monetários.

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