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Operários limpam área para a usina de Mauá, em foto de setembro de 2008. | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Operários limpam área para a usina de Mauá, em foto de setembro de 2008.| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

O alcoolduto que ligaria Campo Grande (MS) a Paranaguá, passando pelo polo sucroalcooleiro do Norte e Noroeste paranaense, foi "rebaixado" no mais recente relatório do PAC. Seu cronograma, antes classificado como "adequado" (selo verde), agora recebe o selo amarelo, que indica "atenção". Pode-se dizer que a avaliação do governo é um tanto otimista, uma vez que, segundo o próprio balanço, o projeto tem meta e data de conclusão "sem definição" e investimento previsto "em estudo".

No momento, os estudos de viabilidade do projeto estão "em revisão", segundo o governo. Trata-se de um eufemismo. Desde o início da crise internacional, os usineiros paranaenses – sócios do alcoolduto – mal têm acesso a crédito para capital de giro, quanto mais para ajudar a bancar uma obra que, segundo os estudos preliminares, custaria em torno de R$ 800 milhões.

As reuniões entre representantes da Copel, Compagas, Alcopar e Sindicato dos Produtores de Álcool de Mato Grosso do Sul estão suspensas. "Houve uma paralisação nas atividades do grupo de estudos, em função da crise. Assim que as coisas clarearem um pouco, poderemos retomar as atividades", diz Anísio Tormena, presidente da Alcopar, que representa os usineiros do Paraná.

Águas rolando

Outro projeto da área de infraestrutura energética que teve o status rebaixado de "adequado" para "atenção" no último relatório é o da hidrelétrica de Baixo Iguaçu, no Sudoeste do estado, avaliada em R$ 1 bilhão. Isso porque o Instituto Chico Mendes (ICMBio), responsável pelo Parque Nacional do Iguaçu, retirou a autorização que havia dado para a obra, licitada há cerca de quatro meses. O processo de licenciamento ambiental só terá continuidade se e quando o ICMBio reafirmar sua anuência ao projeto. Daí em diante, o represamento das águas do Rio Iguaçu dependerá da autorização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), órgão do governo estadual – vale lembrar que o governador Roberto Requião prometeu fazer de tudo para que a obra não saia se continuar nas mãos da empresa vencedora da licitação, a Neoenergia.

O projeto hidrelétrico mais avançado do estado, o da usina de Mauá, a cargo da Copel, parou há algumas semanas por determinação da Justiça – o que, por sinal, não foi captado pelo último relatório do PAC, segundo o qual a usina, que também deve consumir perto de R$ 1 bilhão, tem obras em andamento. O licenciamento ambiental da obra, polêmico desde o início, voltou a ser questionado. Ainda que a mais recente liminar seja derrubada, há outras várias ações civis públicas relativas a Mauá tramitando no Judiciário – o que não é de se estranhar em um projeto que foi autorizado apesar da existência de 70 condicionantes.

No Paraná, poucas áreas tiveram tantas mudanças no PAC em dois anos quanto a de energia. O programa começou com seis hidrelétricas, das quais três foram excluídas (Jataizinho, Cebolão e Volta Grande do Chopim) e duas adicionadas (Salto Grande do Chopim e Tijuco Alto) ao longo de dois anos. A de Tijuco Alto, prevista para o Rio Ribeira, é um dos mais emblemáticos casos de "novidade antiga" listados no programa governamental. Pertencente à Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), o projeto tramita pela Justiça e por órgãos ambientais há 21 anos.

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