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Afetadas pela alta do dólar, lojas de calçado e vestuário registraram queda de 8,7% nas vendas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Afetadas pela alta do dólar, lojas de calçado e vestuário registraram queda de 8,7% nas vendas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A crise internacional fez com que as vendas do comércio varejista de novembro caíssem 0,7% em relação outubro, com queda expressiva em cinco das sete atividades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a novembro de 2007, houve um aumento de 5,1% nas vendas, mas mesmo assim, representa a menor expansão apurada ante igual mês de ano anterior desde julho de 2005 e, também, a menor para um mês de novembro desde 2004. "As atividades mais sensíveis ao crédito foram as mais atingidas, enquanto as vinculadas à renda mantiveram resultados positivos", explicou o técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Nilo Lopes.

A desaceleração das vendas foi vista por economistas como mais um sinal da necessidade de o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reduzir os juros básicos na reunião da próxima semana. "A inflação está bem comportada, influenciada pela recessão mundial, como mostram os resultados de deflação de vários indicadores", reforçou o economista-chefe da LCA Consultores, Braulio Borges, para quem o BC deveria realizar um corte "vigoroso" nos juros.

As vendas foram ainda piores quando se acrescenta à conta veículos, motos, peças e material de construção. Por essa avaliação, as vendas em novembro caíram 3,4% em relação a outubro e 4,1% em comparação a novembro de 2007. O dado oficial do comércio varejista exclui essas duas atividades, que são calculadas em um indicador à parte, denominado comércio varejista ampliado. Nesse indicador, as vendas de veículos e motos, partes e peças caíram 7% em novembro ante outubro e recuaram 20,3% em novembro ante novembro de 2007.

Os dados corroboraram o cenário "bem menos amigável" para atividade em 2009 na avaliação da equipe de análise de Economia e Finanças da Rosenberg & Associados, que é liderada pela economista Thaís Zara. Em relatório encaminhado a clientes e à imprensa, os especialistas escreveram que a tendência é de resultados ainda piores. "Embora este dado do comércio ainda tenha sido relativamente positivo, ele evidencia que a desaceleração da atividade econômica já está consolidada e que ainda há muito para piorar nos próximos meses, acompanhando a chegada de um mercado de trabalho bem menos amigável."

Paraná

No Paraná, o volume de vendas do comércio varejista ficou praticamente estável: avançou 0,2% em relação a outubro de 2008. O resultado é positivo se comparado à média nacional (-0,7%) e com os demais estados. Apenas sete unidades da federação apresentaram resultado positivo em novembro do ano passado.

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