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A crise de energia na Argentina já começou a ser sentida no Brasil, mais precisamente nas padarias. A tradição do pãozinho francês, que não falta na mesa do brasileiro, está ficando mais cara mês a mês. Em maio, o pão francês aumentou 0,21%, valor que aumentou para 0,46% em junho e, para 1,06%, no mês seguinte, o maior aumento do ano. A farinha de trigo, principal ingrediente do pãozinho, também vem subindo. Em maio, 1,36%; em junho, 0,85%; e, agora, 2,6%, aumento muito acima da inflação.

Para os especialistas, a explicação para a alta está na Argentina. Até março, 75% do trigo consumido no Brasil vinha do país vizinho, mas a crise energética fez reduzir a produção nos moinhos argentinos e, em março, o governo do país mandou suspender as exportações do produto para aumentar a oferta interna e controlar a inflação. O resultado veio refletir nas padarias brasileiras.

"Isso tá fazendo com que a gente tenha que ir a novos fornecedores, como os Estados Unidos, como o Canadá, como a Rússia, que são grandes produtores de trigo no mundo. Mas aí, tem a tarifa de exportação que é de 10%. No caso da Argentina, por pertencer ao Mercosul, não tem nenhuma tarifa de importação", afirma o economista Sérgio Birchal.

A geada ocorrida na semana passada no Paraná, maior produtor de trigo do país, deve piorar as coisas. Há previsão de quebra de 50% na safra. "Os moinhos hoje estão trabalhando com os estoques próprios e sem compra efetivada agora. As compras para o futuro estão abrindo num patamar mais alto em termos de dólar", afirmou o presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Antonio de Pádua Moreira.

O próximo produto a sofrer alta por causa do trigo deve ser o macarrão. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de massas. Como este é um mercado muito competititivo, os índices de pesquisa de preços ainda não registraram alta, mas empresários do setor avisam que o preço na gôndola deve aumentar nas próximas semanas. "A partir do ínicio de julho tivemos um movimento de preço no setor em nível nacional em torno de sete por cento. Estamos programando outro aumento pra esse início de mês de mais sete por cento", diz Glaudson Valentino de Oliveira, da Associação Brasileira das Indústrias de Massa.

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