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O encarecimento do custo de capital na Europa e nos Estados Unidos, na esteira do aumento do risco dos bancos destas regiões já se reflete na captação de bancos e empresas brasileiras no exterior, que foi de zero em outubro e de apenas US$ 400 milhões em setembro. Em comparação, a média mensal em 2010 e em 2011 até agosto é de quase US$ 2,4 bilhões.

Esse fechamento do mercado de captação externa, por sua vez, está contribuindo não só para a depreciação do real, que se desvalorizou 11% desde o fim de outubro, mas também para a forte desaceleração da economia brasileira - por causa da redução do crédito.

"Esse é o principal canal de contágio (no Brasil) da crise de crédito soberano (dos países) na Europa", diz André Loes, economista-chefe do HSBC para a América Latina.

O aumento do risco dos bancos é sinalizado pela alta do credit default swap (CDS) - produto financeiro que funciona como uma espécie de seguro contra o risco de calote. Quando mais alto o CDS de um país, de uma empresa ou de um banco, mais ele sinaliza o risco de não pagamento de dívidas e de quebra. A alta do CDS também encarece o custo de captação. "Nesse nível de taxas, o mercado já começa a travar um pouco, e, no limite, ninguém toma nem dá dinheiro", observa Fernando Rocha, sócio da gestora de recursos JGP.

Uma questão crucial é a de saber se o aperto no custo de captação dos bancos europeus e americanos vai acabar atingindo as linhas comerciais, o que teria impacto sobre o comércio internacional e afetaria diretamente a operação de empresas brasileiras (como aconteceu em 2008 e 2009). Segundo o executivo de uma trading, "por enquanto as linhas não secaram, mas já houve uma alta de custo de 150 pontos (1,5 ponto porcentual)". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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