Os negócios brasileiros com a Venezuela atingiram, no ano passado, o pior nível em mais de 20 anos. O comércio entre os dois países atingiu US$ 747,8 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior. É o pior desempenho em mais de 20 anos e uma queda de 87,5% em relação ao pico registrado em 2013, quando o ditador Nicolás Maduro chegou ao poder.
O motivo é a grave crise econômica e política pela qual passa o país. Para 2019, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o PIB encolha 18% e a inflação bata nos 10.000.000%. Nos últimos 12 meses, um cafezinho com leite aumentou 377.678% de preço, segundo a Bloomberg. Atualmente, a Venezuela tem a 22ª maior hiperinflação da história, de acordo com a consultoria Ecoanalítica.
A Venezuela chegou a ser o sétimo principal destino das exportações brasileiras. No ano passado, ficou em 51° lugar, atrás de países como Iraque, Omã, Bangladesh e Vietnã. No ano passado, as exportações até que tiveram uma alta: 22,84%, atingindo US$ 576,9 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Os níveis são próximos aos de 1999.
Os principais itens comercializados são de gêneros de primeira necessidade: as exportações de arroz aumentaram 10,5 vezes no ano passado; as de açúcar, 40%; e as de soja triturada, 100 vezes.
No sentido contrário, as importações estão em queda livre. 2018 foi o quinto ano consecutivo de retração. Dados da Secex apontam que as empresas brasileiras compraram US$ 170,9 milhões no ano passado 56,4% a menos do que em 2017.
No ano passado, os principais produtos comprados dos vizinhos foram álcoois acíclicos e seus derivados (queda de 25,36%), energia elétrica - usada por Roraima, único estado não ligado ao sistema elétrico nacional - (queda de 15,2%) e óleos de petróleo (queda de 82,5%).
Nos últimos 22 anos, que formam a série histórica da Secex, o maior valor importado pelo Brasil ocorreu em 2000, ano em que o Brasil teve déficit na balança comercial com a Venezuela: US$ 1,33 bilhão.
Naquele ano, A Venezuela estava em nono no ranking de importações realizadas pelo Brasil. No ano passado, caiu para 61º, atrás de países como Filipinas, Belarus, Malásia e Tailândia.
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