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Apesar da crise internacional, a demanda por títulos continua em níveis elevados e satisfatórios, segundo avaliação feita pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (24). "A crise não tem afetado a demanda por títulos", afirmou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido. "A emissão está elevada e satisfatória", sustentou o técnico.

Em setembro, no entanto, o governo fez uma emissão líquida no valor de R$ 13,30 bilhões, contra R$ 16,34 bilhões em agosto. A queda foi de quase 20% mas, na avaliação de Garrido, o movimento reflete apenas o menor número vencimentos de títulos. Segundo ele, o ritmo de setembro deve continuar até dezembro.

"Estão mantidos os quadros de baixos vencimentos e pouca emissão no último trimestre", afirmou o coordenador-geral.As emissões totais da dívida pública federal corresponderam a R$ 23,83 bilhões no mês passado, o menor valor desde novembro de 2010, quando foram emitidos R$ 22,3 bilhões.

Garrido também buscou desvincular o efeito da crise na queda no total da dívida nas mãos de investidores estrangeiros. Em setembro, houve uma redução de R$ 4,3 bilhões, de R$ 198,95 bilhões, em agosto, para R$ 194,65 bilhões em setembro.

Ao ser questionado se é resultado das turbulências, sobretudo na zona do euro, Garrido respondeu: "Pode ter sido uma situação pontual de um ou poucos investidores, mas não caracteriza uma tendência."

O Tesouro reforçou a previsão de que o valor da dívida na mão de estrangeiros se expanda. "No médio e longo prazos a tendência é de crescimento da participação de não residentes", afirmou Garrido. A queda em setembro do valor total detido por estrangeiros é a primeira desde de fevereiro deste ano, segundo o coordenador-geral.

Dívida

A dívida pública mobiliária federal interna cresceu 1,83 % em setembro frente a agosto, atingindo R$ 1,724 trilhão, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira. A apropriação de juros foi de R$ 17,66 bilhões.

O estoque da dívida pública federal, incluindo também a dívida externa, subiu 2,28% no mês, para R$ 1,809 trilhão, superando o mínimo indicado no Plano Anual de Financiamento (PAF) de R$ 1,8 trilhão. O teto é de R$ 1,93 trilhão, mas Garrido descartou que a dívida se aproximará dele.

"Vai ficar no meio", afirmou.A parcela da dívida interna que é prefixada passou para 36,30 % em setembro, frente a 35,68 % no mês anterior. Na dívida total, essa parcela está em 35,24%.

A participação dos papéis da dívida interna atrelados a índices de preços teve uma variação negativa para 29,84% em setembro, ante 29,86% em agosto. O montante corrigido pela Selic caiu para 33,27% de um patamar de 33,94% em agosto.

Ecoando comentários já feitos pelo secretário do Tesouro, Arno Augustin, Garrido disse que está sendo analisado o melhor momento para fazer uma emissão externa. "O Tesouro permanentemente acompanha as condições de mercado e avalia o melhor momento para a emissão de títulos. É um trabalho diário", afirmou.

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