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Papinha estava cheia de larvas e fungos | Lucas Fabrício Salamon / Divulgação
Papinha estava cheia de larvas e fungos| Foto: Lucas Fabrício Salamon / Divulgação

O presidente-executivo da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, alertou ontem que a montadora pode deixar de existir em seu atual formato se não for capaz de competir na França, tendo em vista que o declínio no mercado automotivo europeu está se mantendo. A Renault também não poderá evitar os cortes de empregos na França se a queda do mercado for grande e duradoura, disse, durante o Salão do Automóvel de Paris.

Questionado em entrevista à rádio RTL se a Renault pode desaparecer, Ghosn respondeu: "Na atual forma, sim". A explicação passa pela intensidade e duração da crise europeia. "Todas as companhias são dependentes do seu mercado de origem... Uma companhia precisa de uma base natural, e a base natural da Renault é a França", afirmou.

Pano de fundo

O Salão Mundial do Automóvel de Paris foi aberto na quinta-feira sob o fantasma da crise na Europa, e não só para a Renault. A montadora francesa PSA Peugeot Citroen, número dois do continente, prevê um crescimento do mercado europeu "próximo de zero ou ligeiramente negativo" em 2013, depois de uma queda de 8% este ano, disse o presidente, Philippe Varin, em um encontro com a imprensa. A número um europeia, a alemã Volkswagen, também está pessimista e não espera "nenhuma melhora fundamental e rápida do mercado na Europa", segundo Christian Klinger, membro do comitê executivo.

A situação afeta principalmente as montadoras mais dependentes da Europa, como as francesas PSA e Renault e a italiana Fiat. A PSA, em dificuldades financeiras, já colocou em prática uma série de medidas para reduzir seus custos diante da queda das vendas de carros em França, Espanha e Itália, mercados dos quais depende enormemente.

A empresa também quer suprimir 8.000 postos de trabalho na França, fechar a emblemática fábrica de Aulnay-sous-Bois, nas proximidades de Paris, e economizar milhões de euros, esperando uma recuperação a partir de 2014. A Renault ainda não está nesse ponto, mas não tem certeza se poderá superar seu recorde de vendas este ano, como esperava há apenas alguns meses.

A imprensa divulgou recentemente possíveis fechamentos na Fiat e na Opel, a filial alemã da General Motors.

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