• Carregando...
Com os serviços normalizados, agências de Curitiba e região tiveram bastante movimento ontem. | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Com os serviços normalizados, agências de Curitiba e região tiveram bastante movimento ontem.| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

A mudança de cenário econômico nos últimos três meses pesou na decisão do Sindicato dos Bancários de aceitar a proposta de reajuste salarial oferecida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Para os trabalhadores, o acordo que pôs fim à greve que já durava 15 dias não foi o ideal e ficou aquém da expectativa – a pauta de reivindicações, formulada em agosto, previa reajuste de 13,23% (5% acima da inflação).

Pelo acordo fechado para a data base de 2008, os bancários que recebem até R$ 2,5 mil (50% da categoria) terão 10% de reajuste, e quem possui salário acima deste valor receberá 8,15% de aumento – representando aumento real de 2,66% e 0,93%, respectivamente.

"Sabemos que essa proposta não é maravilhosa, mas ela mantém a história de valorização real do salário dos bancários nos últimos anos", avalia o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias. O dirigente afirma que a categoria não pôde desconsiderar a virada econômica entre a formulação das propostas, em agosto, e o início das negociações em outubro. "Embora o sistema financeiro sempre saia ganhando – com crise ou sem crise, com inflação ou sem inflação –, o momento interferiu na negociação. Soubemos fazer uma avaliação de que a crise atinge a economia real e ficamos preocupados", afirma Dias.

Entre os outros pontos negociados está o reajuste do vale-alimentação, vale-refeição e auxílio-creche em 8,15%. A categoria esperava um índice maior para compensar a inflação dos alimentos acumulada nos últimos 12 meses. Entre as chamadas cláusulas sociais, os bancários conseguiram inserir uma garantia que previne e pune o assédio moral e a pressão exagerada pelo cumprimento de metas.

Ainda pelo acordo, os 15 dias paralisados não serão descontados e deverão ser compensados pelos trabalhadores até o dia 15 de dezembro. O critério de compensação ficará a critério de cada banco. Mesmo sem haver regras fixas, o entendimento geral é de que cada funcionário deva cumprir duas horas adicionais diárias.

Normalidade

Ontem, primeiro dia após o fim da greve, todas as agências de bancos públicos e privados funcionaram normalmente no Paraná. Sem tempo de limpar as agências, alguns bancos no centro de Curitiba voltaram a atender os clientes ainda com faixas e cartazes da greve colados na fachada. A Caixa Econômica Federal informou que o fluxo de clientes nas agências e as pendências devem ser normalizadas em três dias úteis.

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou, por meio de assessoria de imprensa, que não fará qualquer comentário ou balanço sobre o fim da greve. Segundo a entidade, os clientes que foram prejudicados com atraso na compensação de cheques ou no pagamento de contas deverão negociar caso a caso com os gerentes dos bancos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]