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Horas esperando no saguão do aeroporto e nenhuma previsão de partida. O medo de enfrentar os recentes atrasos e cancelamentos de vôos fez muitos turistas repensarem o destino das férias de verão. A solução foi optar por roteiros que dispensam os aviões. Resultado: as agências de turismo já registram queda de 10% nas vendas de pacotes aéreos, enquanto a procura pelos cruzeiros teve aumento de 15%, segundo a Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav). As vendas de pacotes rodoviários também dispararam.

A expectativa da CVC, uma das maiores operadoras do país, é de embarcar 130 mil passageiros em cinco navios durante o verão, contra 65 mil passageiros no mesmo período de 2005. "Nunca o Brasil assistiu a um movimento tão intenso no segmento de cruzeiros", acredita Valter Patriani, vice-presidente comercial da CVC.

Os preços dos cruzeiros variam de acordo com o navio e a cabine escolhidos, mas há vagas a partir de US$ 249 (R$ 535). Alguns modelos luxuosos têm até mesmo home theater e banheira jacuzzi.

A mudança de planos é oportuna. Neste ano, a costa brasileira terá três navios a mais do que no passado, quando eram nove. No entanto, mesmo com um número maior de leitos, a disputa pelos lugares está acirrada. Na CVC, já não há mais vagas para as semanas do Natal e Ano-Novo e em janeiro algumas semanas estão lotadas.

Enquanto os turistas correm atrás das últimas vagas nos navios, a CVC anunciou uma promoção em plena temporada, mas apenas para embarques de avião.

- Estas ações são para esquentar as vendas, que tiveram quedas em relação às expectativas das empresas - afirma o diretor da Abav, Leonel Rossi Júnior.

A médica Cleide Harumi Ussami, o marido Rubens e os filhos Beatriz e Mateus reorganizaram a viagem de férias depois de já terem definido o destino e pesquisarem os pacotes nas agências de turismo. Em vez de 12 dias em Fortaleza (CE), a família optou por apenas sete, entre Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Ilhéus (BA).

- Seria loucura pegar avião com toda essa crise. Por isso, mesmo pagando mais e tendo menos tempo de viagem, preferimos o cruzeiro - conta.

Com a mudança de planos, terá que desembolsar quase o dobro do que gastaria no destino inicial.

- No hotel, as crianças poderiam ficar no mesmo quarto.

Por causa da grande procura, Cleide também precisou abrir mão dos primeiros dias de aula das crianças.

- Só conseguimos pacote saindo no fim de janeiro. Meus filhos vão perder dois dias de aula.

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